Entre Dois Corações (Segundo Livro)

Capítulo 76

Isabela

Abri meus olhos reconhecendo aquela sala, era a sala aonde eu havia sido torturada das outras vezes, só de olhar aquela enorme sala branca cercada por paredes de vidros eu sentia todo meu corpo arrepiar, observei do lado de fora Amanda me olhando e imediatamente senti medo.

_O que você ta fazendo aqui? Você está presa em uma clínica, cade o Bê? e meus pais, o que você fez com eles? _Perguntei me aproximando da porta. Ela começou a rir preenchendo o lugar com suas gargalhadas.

_Seus pais, seus queridos papais já estão com certeza no céu ou no inferno que é o lugar que eles deveriam está, já o seu querido Bernardo, tão lindinho já já vai se juntar a eles. _Imediatamente senti meu coração disparar e meus olhos se encherem de lágrimas.

_NÃO!.

_Eu te avisei Bela, eu disse que você me pagaria, se o Bernardo não pode ser meu, ele também não será seu. _Lorena falou aparecendo atrás da Amanda e sorrindo. Logo um telão desceu no centro da sala, a imagem de um quarto apareceu e logo a câmera focou em alguém sentado em uma cadeira, seu corpo estava todo machucado, seu rosto estava coberto por sangue e seu peito e braços estavam cortados. Um homem com uma cara deformada se aproximou dele levantando seu rosto então o reconheci, o homem lhe deu mais um golpe na cabeça e mais sangue começou a descer por seu rosto.

_NÃO, BÊ! _Gritei desesperada sentindo o desespero tomar cada parte de mim, ele estava desacordado, e muito machucado. O som de portas se abrindo me desesperou mais ainda quando vi um monte de aranhas descendo pelas paredes, tudo estava acontecendo de novo, comecei a gritar quando senti elas subindo e caindo em cima de mim, mesmo desesperada eu não tirava meus olhos da tela quando vi o homem apontar uma arma na direção do Bê e ouvi o som de um disparo, seu corpo lentamente cai no chão, em seguida o homem o chutou para ter certeza de que ele estava morto. Nesse momento senti uma dor enorme apertar meu peito, as lágrimas desceram pelo meu rosto conforme eu caia ajoelhada no chão.

_NÃO NÃO, BÊ! _Gritei de desespero, Amanda e Lorena começaram a gargalhar enquanto eu via o corpo imóvel do homem que eu amava, o sangue saia da sua cabeça descendo pelo chão, ele estava morto, eu sentia as aranhas subindo pela a minha pele e comecei a esfregar meus braços tentando tira-las de cima de mim, eram muitas delas, por todos os lados.

_NÃO, NÃO, BÊ! _Grito em meio as lágrimas fechando meus olhos, meu coração está acelerado e minhas mãos estão tremendo, começo a ouvir uma voz conhecida me chamando, e ouço a voz ficando mais perto.

_Filha, se acalma por favor, abre os olhos Bela abre os olhos. _Com medo eu abro meus olhos e reconheço meu quarto, em seguida olho pro meu pai que está me olhando com a expressão de preocupado, suas mãos estão segurando meus ombros e minha mãe está ao seu lado parecendo apavorada.

_Papai. _Falo me levantando e o abraçando com força, logo ele me envolve com seus braços passando suas mãos nas minhas costas tentando me acalmar, minha testa está suada e eu estou tremendo, sinto meus braços ardendo e meu coração está acelerado.

_Papai eu tive tanto medo, eu pensei que nunca mais veria vocês.

_Filha o que houve? Você estava gritando o nome do Bernardo e estava esfregando seus braços, você estava chorando, acordamos apavorados, seu pai estava tentando acordar você a alguns minutos.

_O Bê pai, eu preciso falar com ele por favor eu preciso saber se ele está bem. _Falei sentindo meu coração apertado por pensar que ele poderia está morto.

_Filha são duas horas da manhã ele deve está dormindo.

_Por favor papai eu preciso falar com ele por favor. _Falo soluçando e ele me olha preocupado enquanto minha mãe pega meu celular e entrega ao meu pai que liga pro Bernardo, algumas chamadas e cai na caixa postal o que faz meu coração acelerar.