Cap.02

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Com o passar o tempo minhas visões ficavam mais reais e eu ouvia sussurros em todos os lugares; na escola, em casa, no parquinho que havia perto de casa. Eram vozes estranhas e assustadoras, ficava pior quando ia dormir. Eu tinha os mesmos sonhos que parecia mais real do que o mundo consciente, as pessoas sem rostos continuavam a me assombrar em qualquer lugar que eu fosse.
Acho que não há lugar neste mundo para mim ,e se há, quero me mudar o quanto antes.

Numa segunda feira, fui a escola normalmente, minha mãe havia preparado meu lanche do dia, pão recheado com frios, suco tuut-fruut e uma fruta. Era meu lanche favorito mamãe sabia como me agradar, e nesse dia, justo neste dia, as coisas ficaram fora do controle.
Na hora do lanche um garoto pegou a minha lancheira e a jogou no chão, logo pisou em cima.

- Por que fez isso.. - falei chorosa sem entender.

- Por que você é estranha.. -disse o garoto da minha sala.

- Eu não sou estranha..

- É sim, fica falando coisas estranhas e agindo como uma monstrinha.

Meu olhos se encheram d'água e então eu gritei.. me sentia vulnerável.
Mas enquanto eu gritava de forma desesperada , eu ouvia as vozes..

- Nos vamos ...
- nós iremos ....
- O matar!

Eram várias vozes falando em meus ouvidos, o garoto estava roxo e pedia para eu parar, mas como parar. As vidraças se estouraram, os gatos e cachorros que estavam ali caíram duros no chão, sem vida.

Aí uma voz disse:

- Lyen ...

Essa voz me acalmou e eu parei de gritar, olhei em volta e o vi, ele estava entre as árvores bem escondido, mas quando eu me virei novamente ela havia sumido.

Não havia como explicar a morte do meu colega de classe, então uma garota alegou que eu havia o matado. Minha mãe naquele dia me olhou pela primeira vez de forma estranha, como se ela não me reconhecesse eu fiquei assustada. Em casa eu caí aos prantos de tanto chorar e falei para ela o que estava acontecendo e ela disse:

- Não fique criando mentiras Anelise, não estou te criando para ser mentirosa.

- Mas mamãe é verdade, eles ficam falando em meus ouvidos e meu cérebro faz...

- Chega! Vá para seu quarto.

Eu fiz, chorando mas fiz...
No dia seguinte a escola estava em luto, quando ia entrar fui barrada e não me deixaram entrar por que eu era assassina. Todos passaram a me olhar torto, me chamavam de nomes feios e me xingavam de palavrões pesados.

Resto de aborto.
FT- filha das trevas.
Assassina

E muitos outros..

Eu passei a me esconder, minhas roupas coloridas eu não via mais cor, passei a usar tons escuros variando entre vermelho, preto, branco, cinza e roxo; meus cabelos havia parado de cuidar e me tranquei na minha fortaleza de pedras onde ninguém poderia entrar para me fazer mal, mas que eu posso sair para fazer mal a alguém que encomoda.
Semana depois eu e minha mãe nos mudamos para uma cidade bem famosa por ser cenário de vários filmes e séries, famoso morar em Beacon Hill, Califórnia.
Morávamos no Brasil e devida as circunstâncias viemos para cá.
Meu pai? Não sei onde ele está, minha mãe não fala dele ou se fala é quando estou bem longe.
Minha mãe me matriculou na escola primária de School primary Hills, e lá também não foi diferente. Lá havia ficado ainda pior....

Aaaaaaahhhhhhh!(gritos)

BANSHEEOnde histórias criam vida. Descubra agora