Anastásia Steele
Dias atuais
Encaro a janela de grades a minha frente esperando as horas, que parecem uma eternidade, passarem. É de manhã e, está chovendo.
Quando era pequena gostava da chuva! Gostava de correr pelo quintal enquanto elas escorriam pelo meu rosto. Minha mãe ficava furiosa quando me encontrava toda encharcada e suja, mas meu pai sempre via um lado bom naquilo. Ele dizia que eu era uma criança e corria pra debaixo da chuva comigo. Ficávamos um tempão correndo na chuva. Sempre que eu empurrava José na piscina ele voltava correndo com uma bexiga cheia d'água e jogava em mim. Mamãe ficava louca com a gente.
Rio com a lembrança. Que saudade.
Mas agora, os dias de chuvas se tornaram tristes e sombrios.
Hoje é sábado, meu aniversário de 25 anos. Sei que ele virá.
Durante esse tempo que estive presa, nunca deixei de pensar no Christian. Sei que ele está me procurando, meu coração me diz isso. E vou continuar acreditando. Eu preciso acreditar. É o que me mantém viva. Sinto tanta sua falta, amor.
Quando eu não consegui mais fugir de Carrick, ele me fez sua. Durante todo esse tempo, me comprou com presentes, flores, fez várias refeições pra mim. Sempre com o intuito de conseguir minha confiança. Jamais teve. Eu o odeio. Eu o fiz acreditar que estava ganhando minha confiança. Sorria, mesmo odiando, quando cozinhava pra mim. Tentando ganhar mais tempo. Nunca desisti de fugir. No meu aniversário do ano passado, me chocou completamente quando me trouxe para a cabana da minha avó. A esperança que nasceu no meu coração foi refrescante. No começo tinha muitos seguranças. Pensei que logo logo me encontrariam. Mas, não foi bem assim. Minha vontade de fugir só cresceu. Em um dos jantares, ele segurou minha mão dizendo que não aguentava mais esperar. Senti nojo mas, pensei que isso poderia me ajudar. Disse que seria sua, daria minha confiança, se o fizesse o mesmo. Ele pareceu confuso e pedi que tirasse os seguranças. Levou muito tempo para voltar a falar comigo e quando o fez pegou minha mão me levando para o quarto. Tirou meu vestido e prometeu que no dia seguinte não haveria mais seguranças. Mais tarde, embaixo dele. Pensei na única pessoa que deveria me tocar.
Christian Grey
O tão esperado dia chegou. Depois do longo período que estive na Itália, finalmente cheguei em Seattle.
Já faz sete anos que estou na Itália. Assim que recebi alta do hospital, contratei os melhores seguranças e investigadores, para me ajudar a encontrar Ana. Ray disse que queria estar junto nas buscas, claro que eu não poderia negar. Desde então estamos procurando.
Porém, os dias iam passando e nada da minha Ana aparecer. Onde quer que esteja, peço todas noites que não façam mal a ela e que esteja bem, mas o medo dentro de mim, aterroriza-me todas as noites. Esperamos todos os dias sequestradores fazerem contato mas, ninguém ligou. Seis anos depois, o detetive Flyn havia encontrado um rastro através de câmeras de segurança que nos levou a um chalé afastado da cidade. Ray e eu corremos feito loucos pra lá. Infelizmente, tudo o que encontramos foi uma impressão digital que mais tarde descobrimos que era de Ana. Quem quer que seja, sabia que íamos encontrá-la e a levou.No mesmo dia, recebi novas informações sobre o caso dos meus pais. Parece que um dos policias corruptos que trabalhava pra Carrick na época, estava disposto a abrir o bico em troca de uma boa quantia. Tive que voltar pra Itália só pra confirmar aquilo que eu já sabia. Carrick foi o responsável pelo suposto assalto dos meus pais.
Antes eu não tinha recursos. Era muito novo e não tinha provas. Mas agora, ele não perde por esperar.
Tenho a gravação do policial e as mensagens que trocaram. Mas, ainda tem muitas pontas soltas nessa história.Enquanto estive fora, tanto Ray quanto eu, mantivemos contato sobre tudo. Contei toda minha história com Carrick e o que tinha descoberto. Ele me disse que Carrick era pior do que ele tinha pensado.
Estranhei um pouco o que ele me disse. Curioso perguntei, ele respondeu que não tinha tido uma boa impressão de Carrick.
Depois deste dia fiquei pensativo. Lembrei dos olhares que Carrick lançava em direção da Ana. O modo como a olhava. O desconforto que ela sentia em sua presença. Mandei seu nome para investigação mas, ainda não obtive respostas. Achei melhor não contar a Ray por enquanto.
Apesar da investigação estar tomando algum rumo, fico louco sem notícias da Ana.
O avião finalmente pousa na pista. Desço e vejo meu segurança particular, Luke, me esperando ao lado do Bentley com a porta aberta.
"Bem vindo, Sr." Saúda fechando a porta quando entro.
"É bom estar de volta. Para a mansão dos Grey." Me encosto no acento.
"Sim, Sr." E partimos.
Eu vou te encontrar Ana.
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Esconderijo (Em Andamento)
FanfictionAté quando ficarei aqui ? Até quando suportarei seu toque ? Quando tempo levará pra alguém notar que eu sumi ? Será que estão me procurando ?