Anastasia Steele
Vivo. Ele está vivo. Ele deveria ter morrido. Meu Deus. Essa não sou eu. Essa não pode ser eu. Choro em silêncio. Me sinto destruída por dentro. Não sei mas o que fazer da minha vida. Queria ter a força que pareço demonstrar. Mas, a verdade é que sinto medo. Medo do julgamento que pode cair em cima de mim. Enfrentar Carrick pode significar a minha ruína. Não posso desistir. Não conseguiria acordar e o imaginar solto por aí. Viveria olhando por cima do ombro todos os dias da minha vida.
"Acabamos Ana," diz o policial Taylor me tirando dos meus pensamentos. "Esse cara nunca mais irá encostar em você."
Estou cansada de repetir tantas vezes o que aconteceu. Não quero mais rememorar esses anos infernais. Mas é preciso. Estou cansada. Quero voltar pra minha cama. Meu pai e Christian estiveram a maior parte do tempo comigo. Grace apertou minha mão antes que eu pudesse entrar na sala de interrogatório. Não deve estar sendo nada fácil pra ela também. Descobrir que o marido é um monstro. Quantas vidas ele está destruindo.
Agora é comigo. Essa parte era apenas comigo. Eu tive que ir sozinha. Em parte fiquei um pouco aliviada. Era mais confortável contar sem os olhares de falcões em cima de mim.Taylor abre a porta e vejo Christian. O abraço enterrando meu rosto em seu pescoço.
Grace está no fundo conversando com detetive Flyn com lágrimas grossas nos olhos. Papai está com ele tentando consolá-la.
"Quero ir pra casa!" Sussurro para Christian.
"Claro, vamos!" Diz ele e acena pra Ray.
Papai acena de volta fazendo cinco minutos com os dedos. Quando Grace está mais calma, caminha até mim e me abraça outra vez.
Não dizemos nada. Ficamos abraçados por um tempo.
"Ana ?" Me viro e vejo Taylor antes de entrar no carro. "Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para impedir que volte a vê-lo de novo. Para o bem dele é melhor que não sobreviva. Você terá sua vida de volta." Diz ele firme.
Não vejo o policial falando e sim o melhor amigo do papai que sempre ia nos visitar e voltava quase sempre pra casa todo encharcado d'água por causa das travessuras do meu irmão e eu. Ele é como um tio pra nós.
"Eu prometo." Diz com a voz embargada.
"Obrigada, tio Taylor." Choro.
Me despeço dele com um abraço e vou até Christian que mantém a porta aberta pra mim. Deixamos Grace no hospital e fomos pra casa.
Chegamos e vejo mamãe cochichando no sofá.
"Podem ir, vou acordar sua mãe e conversar com ela." Diz Ray.
"Tudo bem, vamos." Puxo Christian pela mão.
Subimos as escadas e vamos direto para meu quarto. Começa a tirar a roupa enquanto Christian fecha a porta. Fico apenas de sutiã e calcinha e sigo para o banheiro. Prendo o cabelo num coque mal feito e lavo o rosto.
"Ana," olho pra cima e vejo Christian, pelo reflexo do espelho, apoiado no batente da porta sem a camisa. "Como você está? E quero que seja sincera!"
Suspiro e me viro pra ele.
"Eu estou quebrada, Christian." Sussurro secando o rosto.
Ele entra e me puxa para seus braços. Arranco tudo o que sinto através de soluços. Como dói. Não sei o que eu faria sem ele.
"Estou aqui. Sempre vou estar." Sussurra em meu ouvido.
"Ahhh Christian, eu te amo tanto. Obrigada por não sentir nojo de mim." Soluço o abraçando mais forte.
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Esconderijo (Em Andamento)
FanfictionAté quando ficarei aqui ? Até quando suportarei seu toque ? Quando tempo levará pra alguém notar que eu sumi ? Será que estão me procurando ?