Capítulo 3

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Anastásia Steele

"Como assim?" Pergunto chocada com o que ele acaba de me dizer.

"É uma longa história..." Diz com um tom rude.

"Acho que eu tenho tempo." Digo tocando seu ombro.

Ele olha pra mim e ficamos um tempo em silêncio. Quando penso que ele não irá dizer nada, ele suspira e diz.

"Minha mãe se chamava Ella. Ela sempre sonhou em ser professora. Com 23 anos conseguiu um emprego como tal numa escola pública na Itália. Tudo estava indo conforme ela queria. Um dia Sofia, sua melhor amiga, e Ella saíram para comemorar. Até aí nada de anormal, duas jovens apenas se divertindo, foi quando ela conheceu Carrick. O único erro dela foi tê-lo conhecido. Eles viraram amigos por um tempo e, logo assumiram o namoro.
Tia Sofia não confiava em Carrick, dizia que ele não era o que parecia ser mas, minha mãe não ouviu, já estava gostando muito dele e acreditou em suas mentiras.
Um mês depois, Carrick começou a maltrata-la, as vezes ele sumia e só voltava quando sentia vontade. Sofia aconselhou Ella dar um basta nisso e foi o que ela fez.
Quando Carrick apareceu ela terminou com ele. Foi aí que ele surto. Ficou fazendo várias acusações dizendo que ela tinha outro cara, que mentiu esse tempo todo quando dizia amá-lo..." ele para e noto sua respiração ofegante.

"Calma, se não estiver pronto não precisa me contar." Digo apertando suas mãos.

"Não, eu quero continuar." Diz ele olhando nos meus olhos. "Depois do término ele foi embora, dois meses depois ela conheceu um homem chamado André, meu pai. Tia Sofia disse que nunca viu os olhos da minha mãe brilharem tanto e que gostou dele de cara. Meu pai apresentou Ella pra sua família que logo simpatizaram com ela.
Estavam construindo suas vidas como queria, planejaram muitas coisas, até se mudaram para uma casa juntos. Lembro de tia Sofia dizer que agradeceu quando foram embora. As duas moravam juntas e e ela dissera que os dois pareciam coelhos." Não consigo segurar um pouco do riso e Christian me acompanha. "Um ano depois minha mãe ficou grávida de mim, tia Sofia disse que todos ficaram super felizes com a notícia, a gravidez foi muito tranquila e meu pai vivia paparicando Ella... quando eu nasci, meus pais pediram pra tia Sofia ficarem com eles. Minha mãe já não sabia viver sem ela.
Foi assim minha vida. Eu ficava com tia Sofia em casa enquanto meus pais iam trabalhar, meu pai era diretor da escola que minha mãe trabalhava.
Quando eu completei quatro anos, estavamos em clima natalino. Estava a família toda reunida, meus pais, tios, avós, tia Sofia... tudo perfeito.
No dia seguinte minha mãe recebeu um telefonema. Estávamos na sala e eu ouvi quando ela disse o nome dele. Ella começou a receber ameaças, algumas delas eram destinadas a mim e sempre com um aviso de não chamar a polícia. Meus pais estavam com medo, foi a primeira vez que vi ambos chorarem." Novamente ele para e agora vejo lágrimas presas em seus olhos.

"Lindo, se não estiver pronto não preci..."

"Eu quero, preciso continuar só não é fácil pra mim." Diz ele me interrompendo.

"Já contou isso a Grace ?" Pergunto.

"Não. Grace está sempre do lado de Carrick até quando ele está errado, por que perderia meu tempo ? Provavelmente diria que eu estou louco como eles." Diz triste.

"Eles quem?" Pergunto Confusa.

"Os policias."

"Policiais?" Pergunto incrédula.

"Sim. Preciso contar o que aconteceu." Diz.

"Tudo bem."

"Bom, meu pai pediu ajuda a um amigo de infância que era da polícia. Ele não queria ficar de braços cruzados e esperar algo acontecer. Minha mãe via isso como uma luz no fim do túnel. Acreditava que tudo ficaria bem mas, não acabou assim. Paul, amigo do meu pai, ligou dizendo que precisava conversar com meus pais urgente, tinha descoberto uma coisa. Eles saíram para se encontrar, lembro como se fosse ontem. Estava chovendo quando Paul ligou. Mamãe, papai e tia Sofia estavam na sala comigo. Mamãe tinha me feito um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, meu favorito, antes deles saírem dizendo que me amavam. Na mesma noite tive um pesadelo e no dia seguinte dois polícias disseram que eles haviam morrido em um assalto. Nunca chorei tanto na minha vida e isso só piorou quando Carrick me levou, tia Sofia lutou muito pra ficar comigo, mas Carrick é um ótimo advogado, suborno muita gente pra me tirar de Sofia. Nunca acreditei no tal 'assalto'. No enterro dos meus pais, nem pude olhar pra eles. Quando eu fiz 17, tia Sofia me encontrou e me contou tudo o que eu sei. Abandonei os estudos e comecei a investir pesado na minha empresa. Grace não gostou no início mas, me ajudou muito com o capital que eu precisava. Ela sempre cuidou de mim. No começo foi bem difícil para nós dois mas, conseguimos." Suspira.

"Eu fico muito feliz por isso." Acaricio seu rosto. "O que aconteceu depois ?"

"Com o lucro que eu recebia, devolvi o dinheiro a Grace e contratei uma equipe de investigadores para descobrir o que aconteceu com meus pais."

"Por que não falou nada pra polícia ?" Pergunto confusa.

"Ai é que está, alguns policiais estão na folha de pagamento de Carrick. Eu não poderia arriscar."

"E agora ?"

"A equipe que contratei é bem eficiente." Diz e vejo confiança.

Ficamos um tempo em silêncio e uma dúvida ainda soa em minha cabeça.

"Posso te fazer uma pergunta ?" Preciso tirar essa dúvida.

"Si, diga." Responde com aquele sotaque.

"Por que está me contando essas coisas, não que eu ache ruim ao contrário, aprecio e muito essa confiança, mas por que eu ?" Pergunto.

"Pra falar a verdade não sei. Talvez, eu estivesse louco pra conversar com alguém. O pouco que conversamos no bar deu pra perceber que você não é como essas garotas ricas que Grace vive me apresentando, apenas atrás de status. Você é diferente, me passa um sentimento de confiança e... algo mais." Diz ele fitando meus olhos.

Não consigo desviar o olhar, o sentimento nascente em meu peito... é bom. Estou seriamente tentada a tocar esses lábios.

Christian não para de me olhar. É intenso. Gostoso. Mas, me deixa corada. Desvio o olhar para minhas mãos e tento me concentrar em outra coisa.

Ele chega mais perto e levanta meu queixo. Nossos olhos ficam presos. Sou puxada para seus lábios e não seguro o gemido. Meus dedos passeiam por seus cabelos enquanto ele me puxa mais pela cintura.

Seus lábios são quentes e macios. Sua língua explora minha boca e sinto minha calcinha molhar. Nunca fui tocada assim. Sua respiração ofegante me deixa mais excitada e puxo seus cabelos com força. Seu gemido em resposta causa um reboliço no meu corpo e escosto minha língua na sua.

Christian me puxa para seu colo, de modo que suas pernas estão entre as minhas e, sinto o quando está excitado na minha vagina.

Ele interrompe o beijo e olha pra mim.

"Eu quero você." Sussurra segurando meu rosto.

Encaro seus olhos e penso no quanto eu o quero também. Acho que chegou a hora.

"Eu também." Sussurro.

Christian sorri e volta a me beijar.

Esconderijo (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora