Capítulo 29

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Anastasia Steele

Meu celular tocou algumas vezes durante a viagem. Era Christian. Respondi apenas o necessário para ele não se preocupar. Sabia que Luke ia avisá-lo assim que estivéssemos chegando.
Eu preciso tentar resolver isso. Eles iriam me impedir.

Meu aparelho volta a tocar. Olho para Luke e ele acena com a cabeça. Christian já sabe. Ignoro a chamada e deixo no app que estava.

Sinto que nós paramos. Guardo o aparelho no bolso e olho pela janela. Os grandes portões da penitenciária causa um frio na minha barriga.

"Tem certeza, srta ? O Sr Grey já está a caminho." Pergunta Luke.

Respiro fundo ainda olhando pela janela.

"Vamos acabar logo com isso."

"Sim, srta." Luke sai do carro e abre a minha porta.

Os seguranças ficam logo atrás quando entramos. Passamos por toda a burocracia de segurança. A princípio fomos barrados. O prisioneiro não poderia receber visitas. Luke conversou com eles e ouvi o nome do meu tio Taylor. Essa não.

Fomos liberados com a condição que não poderiam entrar todos. Então, apenas Luke entrou comigo enquanto os outros aguardavam.

Apoiei minhas mãos sobre a mesa e belisquei os nós dos meus dedos. Uma tentativa patética de controlar meu nervosismo. Parece uma eternidade.

Preciso ser forte. Por Christian. Por mim... por mim.

A porta da sala é aberta e quase corro com medo de ver seu rosto. Luke está a uma distância segura de mim mas, cogito a ideia de pedir que ele se sente ao meu lado.

Então eu o vejo. Seus olhos são invadidos pela surpresa. Seu rosto está cheio de hematomas. Está de uniforme e algemas nos pulsos. Posso vê-lo mancar quando se aproxima da mesa com o policial logo atrás.

Recosto na cadeira me afastando da mesa. O policial retira suas algemas e acorrenta Carrick nas da mesa. Não havia reparado nelas antes. Acena 5 minutos pra Luke e sai para aguardar lá fora.

Fico um tempo em silêncio. Estou tentando. Ele não para de me olhar. Raiva, nojo, revolta, ódio reviram em meu estômago. Preciso fazê-lo acreditar. Preciso me controlar.

"Você era a última pessoa que eu esperava encontrar aqui." Diz com a voz rouca, infelizmente, tão familiar pra mim.

"Por que está surpreso ?" Pergunto o mais firme que eu posso.

"Você fugiu." Acusa me olhando sério.

Faça o acreditar. Faça o acreditar. Faça o acreditar.

"Eu não fui embora. Me encontraram."

"Quem ?" Pergunta franzindo o sobrancelhas.

"Eu não sei. Eu só vi a polícia invadindo o lugar." Minto.

"Eu devia ter previsto. Não era seguro."

"Não. Agradeço muito pelo que fez."

"Não foi sábio da minha parte. O que faz aqui, Anastasia?" Pergunta me fitando sério.

Faça o acreditar. Faça o acreditar.

"Eu sinto sua falta." Sinto que vou vomitar.

Ele me olha surpreso. Continuo:

"Você conseguiu minha confiança. Não posso mais ficar longe. Mas, escutei muitas coisas sobre você. Não sei se são verdades." Digo tocando em suas mãos.

Que nojo de mim mesma. Me mantenho firme. Preciso ser forte. Por favor. Eu tenho que ser.

"Você realmente se importa com o que tivemos?" Pergunta se inclinando mais pra frente, apertando minhas mãos.

Esconderijo (Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora