Meu Indomável Prazer (Livro 2) - CONCLUÍDO

Capitulo 12

Desperto pela manhã muito cedo, câimbras percorrem meu braço e meu pescoço, tudo parece paralisado a ponto de que só consigo me mexer com muito esforço. Levanto a cabeça e olho tudo ao redor, percebo como simplesmente cai no sono depois de ontem, sem banho, com fome e com um gosto ruim de álcool na garganta; quero vomitar, mas me contenho o suficiente para não fazê-lo.

Eu parto do quarto para a cozinha com um ar de tédio estampado nas faces, quando meu celular vibra no bolso de trás da calça, até mesmo me assusto, mas o pego rápido e tem uma única mensagem.

Mamãe está na sala tomando um bom chá e... vestida para sair?

— Mamãe, vai aonde?

Sento-me a mesa e desbloqueio o celular.

Johanna...

— As damas da comunidade querem me convidar para o clube delas.

Eu ri.

— É sério?

— Sim, querida. É o clube das originais, somente senhoras distintas com mais de 60 anos podem fazer parte.

Ela estava com humor?

Como era bom vê-la feliz e tentando se dedicar a algo, saindo de casa um pouco e bem acompanhada por um bando de senhoras que não tinham mais o que fazer além de participar de clubes.

Oh... é o quinto clube que possui Lucy Winsloe como associado. Como a minha mãe poderia ser mais legal que eu?

— Esse mundo está maluco mesmo — falo quando volto a atenção para tela do meu celular. — Minha mãe é mais legal que eu que sou jovem...

Ela ri.

Vejo a mensagem de Johanna.

Ela: Estou pronta para te contar uma dura verdade sobre mim, e após conta-la, quero que decida se vai continuar me amando ou vai me mandar embora de sua vida. Venha até mim hoje pela noite. Vou remarcar meus compromissos par te dar total atenção — de alguém que não sabe mais viver sem você.

Mamãe toca em meu braço e eu praticamente não sinto a textura de sua pele e a baixa temperatura dela contra a minha, somente depois que agarro em sua mão e penso numa resposta para dar a Johanna.

Eu: Obrigada por considerar minha pergunta acerca de verdades. Estou disposta a te encontrar, mas só saberei como agir depois que ouvi-la.

— Johanna quer me ver hoje. Ela diz que tem uma verdade para me contar.

— Vocês ainda estão na fase de confissões, minha filha?

— Eu pensei que conhecia Johanna o suficiente, mas vejo que não conheço nem a primeira camada do seu exterior. A verdade, é que a cada dia descubro uma coisa nova. Foi doloroso para mim revelar o meu maior segredo, mas ela é muito mais complexa do que eu, me entende?

— Sim, filha, as pessoas são feitas de experiências e momentos. Johanna é mais velha e experiente que você e é normal que se reserve. Tem sorte de poder conversar com ela e saber o que sente. Seu pai era a mesma coisa, levou muito tempo até que eu me apaixonasse por ele, pois ele era um solteirão metido a galã e eu não queria me casar com um homem daquele tipo. Só que então ele revelou que só queria encontrar a pessoa certa para se casar e ter filhos... você é o resultado da superação de dificuldades.

— Acha que devo ao menos ouvi-la? Quero dizer, é isso o que diz respeito a superar dificuldades.

— Com certeza, querida. O que vira depois é apenas uma consequência. Lembre-se que você sempre foi compreensiva e seria injusto com a sua companheira não ouvir o que ela tem a dizer.