Capitulo 25

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So Far Away tocava abafadamente no meu despertador. Melhor, meus ouvidos escutam-na abafada já que o travesseiro macio e com um cheiro suspeito estava sobre minha cabeça. Quando desembarco dele, acredito que sou uma pilha de nervosos e dores. Minhas têmporas piscam como luzes de natal, meus olhos estão mais embaçados que o normal e não consigo mantê-los abertos por muito tempo.

Eu gemo, as dores da ressaca são como marteladas diretas na minha testa. Além disso, meu corpo todo sente as contrações duras como resultao por eu ser um exagero. Um monte de sentimentos ridículos e reações ainda mais ridículas me descreviam. Ontem à noite tivera sido uma noite boa, mas eu fiz o possível para estragar. O pensamento de que sou uma idiota preenche o espaço vazio da minha mente. Acho que consigo criar uma furacão através de uma brisa só de abrir a boca.

De qualquer forma, precisava desabafar e foi melhor ter feito com Johanna, já que, se trouxesse para casa, provavelmente descontaria na minha mãe e hoje acordaria ainda pior.

Tento me espreguiçar empinando um pouco para trás para consertar minhas costas, mas o que consigo é sentir uma excitação entre minhas pernas quando roço forte no colchão. Eu esfrego meus cabelos para trás e me viro em um parafuso.

Se pudesse, enfiava a cabeça na terra e não sairia nunca mais.

O banheiro parece atraente, pois meu xixi desagua por meia hora antes de um belo banho levar embora todas as impurezas; todo o cheiro da noite de ontem; das coisas que vi, ouvi e falei. Tudo isso é tão duro agora.

Encosto na parede do banheiro enquanto a agua me beija suavemente e eu levanto a cabeça para cima molhando meu rosto. Quando saio, já estou praticamente pronta, trocada e com os cabelos penteados.

Decidi que hoje iria mais light devido ao tempo considerado moderado; shorts largos, camisa de seda e sapatos simples. Noto a marca de um dos colares no meu pescoço e dos braceletes em meus braços e eles são mais do que marcas físicas, são marcas emocionais que quero combater.

Me sento a mesa e minha linda mamãe já está desperta, com sua camisola reluzente, seus cabelos branquinhos, o andar moderado e o sorriso enrugado no canto dos lábios.

— Filha, bom dia.

— Bom dia, mamãe. Pelo menos para a senhora, eu acho — cerro os olhos entre as palmas das mãos, esfrego minha testa.

— Chegou tarde ontem, não?

— Vim no ultimo metro, acho que era quase uma hora quando cheguei. Se me permite, mamãe, não quero conversar. Posso só tomar um chá e cair fora?

— Claro... se é o que deseja, filha — mamãe se encaminha ao fogão onde a chaleira de repente parece uma bomba em meus ouvidos quando apita, já estava no fogo e eu nem percebi.

Eu ranjo os dentes e encosto a cabeça na mesa. Mamãe desliga o fogo e ouço quando põe um prato e uma xicara próximo a mim, despeja um pouco de chá que acredito ser de laranja pelo cheiro. Levanto o rosto e tenho-a olhando para mim sem expressão, eu simplesmente a agarro pela cintura e silencio. Ela não precisa dizer nada para saber o quão mal estou, mas não faz nada, apenas acaricia minha cabeça e a beija docemente.

— Não quer falar, Ceci? Sabe que vou ouvi-la.

— Não quero, mamãe — abraço-a mais forte. — Ontem à noite foi divertido, mas acabou mal, briguei com Johanna... é só o que quero dizer.

— Ok, quando quiser falar, sabe onde me encontrar.

Me resta apenas o meu chá quando mamãe parte para outro cômodo. Meus olhos estavam lacrimejando pela falta do óculos, geralmente ficavam vermelhos e eu precisava forçar bastante para enxergar bem.

Meu Indomável Prazer (Livro 2) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora