II

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E lá estava ela, os cabelos soltos emoldurando seu rosto branco e ela vestia apenas um pijama preto de seda. Antes que eu me recuperasse ela sorriu e levantou uma garrafa de vinho.

— É italiano, aprendi umas coisas quando passei um tempo lá na Itália e conheço bem o gosto chato dos Agreste. — Falou já entrando no quarto e sentando no chão. Agora eu tinha uma certeza, essa vai ser uma longa noite...

Marinette abriu o vinho e não hesitou em tomar um gole grande direto do gargalo. Me sentei à sua frente e ela me ofereceu a garrafa, experimentei, era realmente um vinho muito bom. Pensei em beber mais, mas achei melhor ficar só naquele gole, essa situação toda já era uma merda, não queria piorar tudo.

Devolvi a garrafa para ela, que nem hesitou em dar outra golada antes de repousar a garrafa a seu lado e se apoiar com as mãos para trás. Foram dois goles grandes e mesmo assim eu nunca a tinha visto beber tanto. Se fosse a seis anos atrás ela já estaria meio alegre.  

— Então Agreste, você ainda quer apostar? — Ela me encarou no fundo dos olhos, parecia que tentava ver minha alma, ou talvez, ler minha mente.

— Eu não perderia a chance de provar que você está errada. — Não sei se ela percebeu a oscilação em minha voz. Mas seu olhar demonstrava que ela sabia. Ela nunca estava errada.

— Tá ok então, — ela riu de leve enquanto concordava e eu percebia o quanto  eu estava me ferrando a cada minuto, — se lembra do que foi apostado?

— Sim, eu lembro. Você acha que eu jamais resistiria ao seu charme natural e quer testar essa teoria tentando me seduzir.

— Nossa parece até injusto. — falou rindo e bebendo mais.

— Sabe Cheng, — ela tirou os olhos do rótulo da garrafa e me encarou, — para quem olha de fora e não sabe o que aconteceu deve parecer que nesses cinco anos nós trocamos de personalidade.

Ela riu

— Pode até ser Agreste, mas ninguém pode negar o quanto é legal dar uma de Chat Noir. Claro, tirando as péssimas piadas.

— Nossa, essa machucou. Agora, voltando ao assunto, — ela se endireitou, — já que acha tão fácil que tal se dificultarmos?

— O que tem em mente?

— Pra começar nada de álcool! Tenho que estar sóbrio para contar.

Ela colocou a mão no peito e afastou as costas um pouco para trás fazendo drama.

— Não me ofenda Agreste, não preciso dessas coisas. Mas acho justo, mais alguma exigência? — Cheguei meu rosto próximo ao dela.

— Tem que me seduzir 10 vezes em 2 meses e tem de me fazer pelo menos chegar até o final. — Ela afastou subitamente o rosto do meu.

— Seu tarado! Sua noiva sabe que você quer meu corpo nu? — Ela falou rindo.

— Só estou me certificando de que isso seja justo. — Dei de ombros.

— Tá, tudo bem então...  E os prêmios? O que quer de mim se ganhar? — Falou com um sorriso incrivelmente meigo. Suspirei já com uma coisa em mente.

— Quero que você seja minha madrinha de casamento. — Disse simplesmente e ela franziu a testa.

— Tá querendo me punir ou tá só desesperado por quê não tem padrinho? — Arregalei os olhos brevemente. Mas logo me lembrei, Alya devia ter contado à ela.

— Primeira opção.

— Não acho uma boa ideia. — Deu de ombros.

— Está com medo Cheng? — Aproximei novamente nossos rostos, — Acha que vai amolecer diante do meu charme, igual fazia no 1º ano?

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