XXI

1.9K 196 70
                                    


Já estava chegando ao Le Grand Paris quando meu celular começou a tocar e vibrar freneticamente. No momento em que peguei o celular a ligação caiu na caixa postal, odeio quando isso acontece, olhei o nome que constava com a mensagem de chamada perdida, Nathalie, já ia retornar quando o celular recomeçou a tocar.

— Oi. — Já comecei apressado, tudo o que eu queria era subir e conversar com Filomena.

— Adrien Agreste, — a voz de Nathalie soou do outro lado do aparelho, nada amigável. — Onde é que você se meteu?

Puta que pariu, as fotos da coleção nova as 4 horas da tarde!

— Em frente ao Grand Paris...

— Não me importa o que estava fazendo ai. Só falta você e já estamos te esperando a meia hora! Venha para cá agora.

E antes que eu respondesse ela já havia desligado. Suspirei. Parece que minha conversa sobre bebês ia ficar para depois.

Você deve manter a Filomena distraída, Adrien. Não estrague tudo.

A voz de Félix me veio a mente e eu percebi que quase fiz exatamente o contrário do que devia fazer. Com Filomena tranquila e sem desconfiar que seu plano de chantagem estava em risco seria mais fácil de investigar, mobilizar o que fosse preciso e tomar as devidas providências em tão pouco tempo.

Olhei o relógio, 5:10, eu não tinha tempo para ficar me crucificando por ser um idiota, já estava atrasado e Nathalie podia ser realmente má nessas situações.

Cheguei ao estúdio e, após a bronca que levei, foi o de sempre, exceto pela modelo, Filomena havia tirado umas férias para ter tempo de cuidar de tudo do casamento. Além de estar grávida.

Muitas poses, roupas de grife, uma modelo inconformada com meu casamento e uma entrevista chata e desnecessária sobre como eu estava feliz e ansioso para o meu casamento, onde eu perdi mais de uma hora da minha vida falando sobre mentiras e a futilidade das flores e do modelo do meu terno, finalmente fui dispensado de tudo isso.

A vontade de ir atrás de Filomena para tirar algumas coisas a limpo continuava e com muita força, entretanto, agora eu sabia que não podia deixar ela nem desconfiar que eu imaginava algo assim. Não acreditava que eu fosse tão mal ator quanto Félix dizia, mas preferia não arriscar, ia deixar para visitar Filomena depois, ou talvez eu nem a visitasse de fato, diria que para mim daria azar vê-la até o casamento.

~*~

Estava rodando sem destino já a algum tempo, não queria voltar para casa e encontrar a arrumação de malas, ou mesmo dar de cara com Harry ou, ele junto com Marinette, o que seria pior.

Tinha mandado uma mensagem para Filomena avisando que não a veria ou falaria com ela até o momento do casamento, inventei uma história dizendo que era uma coisa da minha mãe e, como esse era meu primeiro casamento, não queria arriscar. Ela não gostou muito dessa história, só que no fim acabou concordando.

O som do toque do meu celular preencheu o carro e dessa vez eu corri para atendê-lo, nem mesmo verifiquei quem estava do outro lado da chamada.

— Alô...

— Oi, Adrien, é a Alya. Eu estava investigando tudo e... — Ela parou de falar por alguns segundos, deixando sua voz morrer aos poucos. — Olha, acho que é melhor a gente se encontrar pra falar do que eu descobri.

Um fio de esperança surgiu em mim.

— Pode me encontrar em 15 minutos no mesmo café de hoje cedo? — Completou e eu apenas respondi com um “Humhum”. — Certo, até mais.

Jogos | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora