XXXIV

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As mãos de Filomena tremiam enquanto ela segurava a arma. Só não estava claro se era era por raiva, insegurança ou ou pelo peso do objeto.

As pessoas, muitas naquela noite quente de uma sexta-feira à noite em Paris, afastaram-se assustadas. Algumas tirando fotos, outras filmando e as mais sensatas ligando, provavelmente para a polícia.

— Agora, Adrien, — Filomena gritou puxando a trava da arma, — você vai largar ela e vir comigo. É comigo que você tem de ficar, EU sou a sua mulher, a sua alma gêmea!

— Filomena eu…

— VEM LOGO ADRIEN, — gritou me interrompendo, colocando o dedo no gatilho. Eu travei, simplesmente travei diante daquela situação. Não poderia ser verdade, eu acabei de voltar a ser feliz é já ter de perder o amor da minha vida.

— Filomena, — a voz que era pura autoridade falou. — Olhe para mim. — Ordenou, e Filomena, por mais que tenha sentido certa resistência dela, obedeceu.

Os olhos esbugalhados vidrados, a respiração acelerada, a boca presa numa linha fina. Eu sabia o que estava acontecendo no momento em que ouvi sua voz. Encarei Marinette, os olhos negros faiscando poder e uma certa frieza que queimava no final, parecia que ela havia crescido uns 10 centímetros de tão autoritária.  

Era a própria Rainha de Copas quem estava ali, usando seu maior poder, fazendo o que uma rainha faz de melhor, dando ordens.

— Solte a arma Filomena, nós duas sabemos que isso não vai dar certo. — A loira vacilou, seu braço tremia enquanto se abaixava, seguindo uma ordem, contra sua vontade.

Os olhos de Filomena encheram-se de lágrimas num choro silencioso, enquanto ela, sem entender, lutava contra o poder de Copas.

— Era pra ele ser meu… — As lágrimas conseguiram fugir de seus olhos e sua voz saia quase num choro. Ao longe já dava para ouvir o som de sirenes se aproximando.

Mari deu um passo para frente.

— Não, Filomena, ele sempre foi meu.

Essas palavras eram tudo o que ela precisa para parar de tentar lutar. Filomena caiu de joelhos quase no mesmo momento em que as viaturas chegam. Não foi uma cena bonita, querendo ou não eu passei um bom tempo da minha vida ao lado dela, mas ela não resistiu à prisão,  provavelmente Copas ainda estava usando o seu poder. Mas uma hora o efeito passaria e toda a raiva da loira ia aparecer.

Olhos negros me encararam antes de ela me abraçar com força.

— Eu te amo. — Sussurrou em meio ao caos, apenas para mim. — Agora nós estamos juntos e eu não vou permitir que qualquer pessoa estrague isso.

Eu a puxei para um beijo apaixonado. Não havia sido condenado ao inferno quando Marinette voltou, havia sido condenado ao inferno assim que ela pegou meu guarda chuva emprestado a sete anos atrás. E eu adorei isso, não havia melhor demônio, no mundo inteiro, que o meu.

Nos separamos apenas quando os policiais chegarem a nós para abrir o B.O. e colher o  depoimento.

Saimos de la tarde, mas pelo menos assim tínhamos como ter certeza de nosso futuro. Os Bourgeois prezavam demais por sua reputação para deixar a filha presa, mas os vídeos de Filomena já haviam vazado e o próprio pai dela percebeu que ela era um perigo para si e para os outros.

Por isso ela foi mandada para o melhor manicômio da cidade e sua família já estava acionando os advogados para lidar com todas as acusações inclusive o atentado contra a vida de Chloé.

— Agora somos só nós dois! — Disse escondendo o rosto em meu peito, — ninguém nunca mais vai nos atrapalhar.

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