Sem os seus olhos, sou como toda gente

9 2 0
                                    

Queria poder escrever sobre a chuva que não veio.
Essa chuva que chove...
Aqui dentro.

Escrever aquele helicóptero que teima
Iluminar o céu escuro da pequena cidade.
Uma visão que nunca tive
E que talvez tenha,
Um dia...

Queria poder escrever o céu escuro;
Cinzento.
Resquício de uma segunda das segundas
Escoa pelos ralos
Desta pequena cidade.

Aquele dia que alguns amam;
Alguns desprezam;
Outros tantos satirizam,
Como eu.

Queria poder escrever...

Mas ainda não pude.
Ainda não pude!
Ver os seus olhos
Nem ao longe

E, sem eles,
Não sou nada
Não escrevo

Eu, apenas,
Quebro promessas...
Como toda gente
Das cidades pequenas.

Seus olhos sob a névoa cinzentaOnde histórias criam vida. Descubra agora