Prólogo

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Nunca fruímos daquelas regras naturais a todas as relações. Nosso amor nunca foi um contrato. O que nos diferencia é a espontaneidade. Nossos olhares, em que os sorrisos correm livremente, aquela mania de tocar pele a pele. De querer colar o ouvido no coração. Você é o calor do sol, em explosão a cada milésimo de segundo para aquecer toda a vida na Terra. A natureza calma das piscinas de maré baixa e trepidante da fogueira de praia. E eu já me acostumei as suas inconstâncias. Sou o seu tempo. Estou no seu tempo e ao seu dispor.

Ainda assim, não posso ficar. Eu nunca fico. A permanência dos corações engaiolados já não faz parte da minha busca. Estou só de passagem, sempre de passagem. Sem marcas, sem dores. Só há amor em mim. O amor que o tempo não muda, ao invés disso, faz o tempo mudar.
E sendo o tempo, espero que ele pare para você. Quando estivermos juntos, que os nossos dias sejam os melhores dias. As mudanças ocorram da melhor maneira possível. As melhores novidades. Não quero inventar histórias antigas para ser sempre o mesmo. Eu só espero que o tempo pare para nós.

Eu passo, o tempo passa, e, de passagem as lembranças ficam. A mais bonita. Você. Seus olhos guardadores de sorrisos. A sua flor na pele. Guardo na carteira a sua foto. Da sua flor. E quando olho para ela, não importa onde, não importa o que, a minha vida volta. Deitado no chão, esquecendo os meus problemas, eu vejo você na memória. E a chuva lá fora corre em paz. O tempo para. Porque o nosso amor faz todo o tempo mudar, todo escuro, toda névoa cinzenta é a nossa paz.

Seus olhos sob a névoa cinzentaOnde histórias criam vida. Descubra agora