No atanazado e vasto estuário do campo de batalha
As mentiras ígneas possuem verdades de ferro
E as camisas de força estão atadas aos libertários
Helicópteros que sobrevoam aspergindo intensidade
Virtuosidade em condições e incisões desiguais
Da cidade a sugar o capitalismo pelo consumo imaginário
Que foge ao seu próprio enleio e plano de mercado
Verborrágico, escatológico e estratégico: infuso
E o sucesso é a derrota que fracassa na vitória
Mordaça autoimposta; a servidão disposta e voluntária
É a proposição mais fértil da coragem rebelde
Daqueles que resistem por toda a cidade - debalde
Sem confiar plenamente nas promessas rendidas
Fendas e fístulas urdindo liberdade na expressão da vida
Contaminada e disseminada por uma armada democrática pós-ditadura
A introjetar na cultura do Estado um pacifismo autoritário
Forjado para fingir e exibir intenções de paz e liberdade
Por trás de contas em paraísos de agressões fiscais
Subornos, extorsões, truculências e censuras multilaterais
E o país emite promessas que jamais farão cessar a fome,
Mas renderão votos dos famintos nas eleições gerais
Aos crápulas, impunes e insones... beneplácitos verdugos
Ante os imóveis pierrôs entretidos – os vendidos, sempre atentos,
Comandam os mortos-vivos, como vermes predatórios a comer
E constranger a alcateia domesticada, tornada rebanho e canil
União de uivos entorpecidos em carnaval senil de música monossilábica
Iludindo os súditos com simbióticos elos malditos
Espelho estéril e uniforme da tragédia universal que ascende e prospera
Na assunção dos cafetões a prostituir o trabalho do trabalho brasileiro
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Crimes Noturnos
PoetryEscrever é cometer um crime a cada linha. Ler é cometer dois a cada palavra.