Em tuas mãos, páginas de ideias tumultuosas
Enquanto miravas as palavras, eu te olhava
Despertaste em mim um enlevo convidativo
Reforçado pela translúcida vestimenta que desenhava
E demonstrava claramente aquilo que supostamente escondias
Acelerado eu estava e insistia... meus batimentos
Tornaram-se assassinos camuflados e furiosos
Queriam matar-me ali - não sei se de ciúme ou paixão
As tuas coxas suscitavam um triunfante desejo excessivamente carnal
Pareciam viver para ofertar o prazer mais digno, frequente e gratuito
Na eloquência da burla carnavalesca do mundo
Enquanto eu insistia em disfarçar que não te atacava
Perplexo e aturdido por intenções calorosamente mudas e nuas
Escreveste com teu sorriso lasso o chamado de que eu precisava
Descobrimos por dias e noites que éramos amantes ferozes
Lembro-me dos teus seios rígidos, intumescidos da base ao ápice
E dos murmúrios sublimes, dos enlaces de pernas e das pálpebras cerradas
Quando os meus suspiros atingiam a parte traseira da tua orelha
E tocava todo o teu corpo com uma parte do meu
Sabíamos: o que é bom não precisa durar pouco
E mantivemo-nos em contatos, em extratos e substratos
Constantemente conectados
Até que as lágrimas da rotina nos separassem...
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Crimes Noturnos
PoesíaEscrever é cometer um crime a cada linha. Ler é cometer dois a cada palavra.