Sinto-me em profundo estado de solidão
E, pela primeira vez, não me vejo confortável
Acho que mudei sem imitar quem eu era
O silêncio toma formas acústicas
Nas asas que batem imóveis e irritadiças
Abaixo do tempo que estagnou o mundo das pessoas
E tudo desapareceu em segredo
Nem uma mão falando em meu ouvido
Nem uma língua coroando os meus desejos
A companhia se tornou uma vasta penúria de nada
E eu que pensava ser difícil sofrer calado
Descubro que o pior se dá quando o peito se agacha de dor
Precisando externar um soluço em forma de desabafo
Mas permanece corroído pelo desamparo da impossibilidade
Da frustração, da angústia e da calamidade do abandono
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Crimes Noturnos
PoetryEscrever é cometer um crime a cada linha. Ler é cometer dois a cada palavra.