Sobras

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Se dissesses o quesó agora me transmites

Poderíamos ter procriado sonhos em casas de concreto

Mas preferiste sumir, fingir, bordar e tecer sozinha

Um sofrimento tão confuso como os sinos apáticos

Que cantavam belezas sem vida, vigor ou choque

No morro pálido que te condenou à infértil solidão

Nada fizeste para atenuar o que de mim partia para ti

Numa corrente de correspondência dúbia e mal-intencionada

Fazendo fracassar o laço das minhas tentativas ousadas

Expectativas e motivações manualmente transparentes

Perfurado pelas mil flechas de desprezo que lançaste

Tombei diante do Forte colossal que criaste ao teu redor

Em alusão a uma trégua desconfortável e desoladora

Como foi difícil reconhecer-te pedindo esperança redobrada

Logo para mim, que outrora dei a ti toda a que possuía?

Sem saber que estavas extraordinariamente crua - frente e verso

Arrisquei-me e lancei-me em desgraças sentimentais

Como uma raiz subalimentada, desmembrada e dispensável

Renasci e fui lume em pira fugaz

Crimes NoturnosOnde histórias criam vida. Descubra agora