Mistério

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Eu já estava pronta para ir para o curso, só esperando a minha amiga Sharon para pegar uma carona até a universidade.

Quando ela chegou, percebi que estava chorando, mas tentou disfarçar.

— O que aconteceu? — eu perguntei.

— O Michael aconteceu! — ela respondeu, bem brava.

Michael era o namorado da Sharon. Na verdade, eles não eram mais namorados; viviam indo e voltando em um relacionamento muito complicado. Decidi não opinar nem dar muitos conselhos sobre isso, pois no dia seguinte acabavam juntos novamente, e eu sempre ficava com a cara no chão.

Decidi apenas ouvir as lamentações da minha amiga. Afinal, ela era minha amiga de verdade, e eu não tinha muitas pessoas próximas naquele lugar além dela e do meu roommate Kevin.

No percurso da minha casa até o curso, um lado da minha mente prestava atenção no que ela estava falando, mas o outro lado não conseguia parar de pensar naquele cara. Ele encostou em mim por dois segundos, mas eu ainda estava sentindo o toque dele. E o sorriso?

— Alô, planeta Terra chamando! — falou a Sharon.

— Ah, oi. Chegamos? Que rápido. Vamos, já estamos em cima da hora.

A tarde passou rápido. Usei as fotos que havia tirado naquela manhã na apresentação que tinha naquele dia, e consegui os pontos que eu estava precisando para a matéria.

Naquele dia, fui embora para casa sozinha. A Sharon disse que iria atrás do Michael para conversar, e eu decidi não opinar na decisão dela.

Quando cheguei em casa, antes de colocar as chaves na porta, escutei o Kevin discutindo com a namorada dele, Alana, e decidi não entrar. O que estava acontecendo com os casais do mundo todo naquele dia?

Fui andando até um Starbucks que tinha ali perto mesmo, para pedir o meu Frapuccino de chocolate branco de sempre.

— Chantilly? — a atendente perguntou.

— Extra, por favor. — Parece que alguém vai ter que fazer um extra também na academia amanhã.

Quando me sentei, vi que tinha uma mensagem no meu celular. Eu não reconhecia aquele número...

Ele passou mesmo meu número para o amigo dele

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Ele passou mesmo meu número para o amigo dele. Talvez eu não fosse mais vê-lo novamente. Hora de cair na realidade, ele era mesmo muita areia pro meu caminhãozinho.

Fui para casa e percebi que o Kevin não estava mais discutindo com a namorada. Agora, os barulhos que ouvia eram diferentes. Meu Deus, preciso sair logo dessa casa, urgente!

Falei com a minha mãe como de costume. Quase todas as noites antes de dormir eu ligava para ela, e conversávamos por mais ou menos uma hora, até o momento em que ela começava a ficar muito sentimental e eu logo encerrava a conversa dizendo que precisava dormir. Senão, o drama iria começar. Não era a primeira vez que eu morava fora do país; já havia feito dois intercâmbios, mas ela sempre pensava que eu nunca mais ia voltar para casa.

Desde o começo - From the Very StartOnde histórias criam vida. Descubra agora