Capítulo 27

877 62 4
                                    

Uma luz emana de uma das portas escancaradas do corredor, empurro a porta encontrando um banheiro, e por incrível que pareça tenho uma surpresa.
Quem diria que dentro de uma casa tão antiquada e luxuosa pudesse se encontrar talvez o  único banheiro decadente que pode existir aqui, comparado aos outros, esse banheiro é  completamente mas simples e feio como se o tempo não tivesse passado aqui as peredes são do chão ao teto cobertas de ladrilhos xadrez antigo, ao lado um vaso branco, pia pequena da mesma cor do vaso a torneira um pouco enferrugada,  arrisco até em dizer que não tem nem água pelo tempo de desuso do ambiente, uma pequena janela com persianas fica mas a frente, esse banheiro foi abandonando, mais mantém sua essência simples de um gosto péssimo, olho para o chão o que vejo me assusta.
Sangue? De quem é esse sangue? São pequenas gotas, como se a pessoa tivesse por acidente se cortado e não tivessem o cuidado de estancar  o sangue fazendo assim pingar no chão.
A medida que vou seguindo o rastro, a quantidade do líquido vermelho vai aumentando.
chego então a banheira coberta por uma cortina tosca,  trêmula toco no plástico com medo do que eu possa encontrar, reuno toda minha coragem e puxo o plástico de uma vez só, dentro da banheira a água  é puro sangue, cabelos humanos oscilam na superfície como se alguém tivesse  arrancado em tufos grandes parecido com apliques nada falsos, é um cabelo longo e preto, os fios flutuam entre si,  ponho a mão na boca ao levantar o olhar,  na parede está escrito com sangue em letras grandes.

ESTAMOS CHEGANDO

A mensagem é bem clara, acabo de me lembra que a governanta que cuida da casa, Clover tem cabelos bem longos, meu contato físico com ela foi pouco, pois Mason e eu precisaríamos da casa só para nos.
No chão um anel, é tudo que eu precisava o anel é dela me lembro muito bem do objeto sem seu dedo, uma minúscula safira fica no centro da peça adornada com detalhes dourados,  sem sombra de dúvidas esse sangue também deve ser dela, mesma conclusão para os cabelos na banheira, uma única pergunta me ronda,  onde está o corpo?
A resposta surge com um pingo de sangue que cai no chão, olho para cima.
Atravessado por uma das hélices do ventilador está o corpo de Clover, intacto sem nenhum vestígio de morte apenas a amarga visão de sua cabeça sem nenhum fio de cabelo, o sangue vem de lá, pingando vez ou outra no chão, posso até ver uma parte do crânio, o couro cabeludo foi arrancando com tanta força que fez com que ficasse em carne viva.
Ela tinha cabelos bem longos batendo no bumbum, eram lisos e bem cuidados.
Agora os cabelos de clover estão no próprio sangue dela, o mesmo usado como tinta para escrever a mensagem na parede.
O cheiro de ferro que o sangue trás me dá ânsia, ponho a mão na boca e corro para outro quarto não esquecendo antes de fechar a porta do anterior.
Vomito tudo que comi nas últimas horas, é uma mistura nojenta com um cheiro repugnante, puxo a descarga me sentando na tampa do vaso.
Vomito mais uma vez,  duas,  três,  até toda e qualquer substância ter sido expulsada do meu organismo.
Não paro de pensar na mensagem,
Estamos chegando... se estão chegando, nós estamos saindo, Berlim não é mais sinônimo de segurança pelo visto, amanhã mesmo nos seguiremos viagem se o amanhã chegar é óbvio, afinal nunca se sabe, me lembro do o corpo o sangue... arght!!!
Meu Deus conheci essa mulher não faz nem três dias, quando volto a reencontra-lá  não é viva com um sorriso no rosto e a mão estendida para um aperto formal, mas sim morta pendurada sem cabelo sangrando a esmo, com uma morte fria e solitária.
Me levanto mas recuperada do ataque de vômito.
Atrevesso o quarto com pouco de pressa, agora as pantufas fazem extrema falta nem sinto meus pés de tanto frio.
Pow!! POW!! pow!! Ouço, é como uma espécie de batida leve frenética, gelo pensando no pior
Que barulho é esse?
Pow! Pow! Mais uma vez...
Me viro encontrado a fonte do barulho a poucos metros a minha frente, nada mais é do que um galho batendo na janela, certo Lilian você está ficando meio paranóica,  e com todos esses acontecimentos estava quase me esquecendo da minha visitinha.
Desço as escadas encontrando a porta que leva ao porão.
Essa noite ele está acordado, que bom assim não preciso toca-lo delicadamente como eu faria  nesse instante, seus olhos contemplando minha roupa, a visão parece agrada-lo.

Entre Amor e Poder Onde histórias criam vida. Descubra agora