Capítulo 17

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O motor do carro ronca mais uma vez até que pega, uma onda de alívio me toma quando o veículo ganha vida, piso fundo no acelerador.
James corre atrás do carro e para.
Agora para onde eu vou?
Lembro que não estou em Nova York, mas em Sydney na Austrália.
A sensação de liberdade que sinto é fora do comum de tão intensa, graças a Deus, esse inferno acabou, mal acabo de ter esse pensamento quando percebo que dois carros me seguem, aumento a intensidade de força no pedal do carro, meu acidente anterior vem como um trauma em minha mente não posso perder o controle do carro.
Eu me recuso a acreditar que Mason morreu, aquela cabeça não pode ser dele.
Não consigo acreditar que era ele, eu nem percebo quando meus olhos embaçam por conta das lágrimas não era ele ali, isso foi só o James tentando me desestabilizar, me confundir.
Tento ao máximo pensar positivo.
Eles estão chegando perto os dois carros se aproximam, viro bruscamente uma curva fazendo os pneus do carro cantarem em contato com asfalto.
As árvores densas rodeiam o carro, que a cada vez mais avança estrada adentro.
Eles continuam chegando mais perto, mais a frente tem uma curva bem estreita, e com a velocidade que estou, não recomendaria vira-la tão bruscamente, já que ao lado apenas uma barra de proteção impede que o carro despenque de um penhasco que com toda certeza deve ter muitos metros de profundidade, só de imaginar a possibilidade de ver meu corpo e carro despencando me dá vertigem.
Então o motor do carro morre.
Não! Droga!
Bato irada contra o volante,
do carro, o barulho dos dois carros avançam, não penso duas vezes, abro a porta, e corro em direção a floresta, corro o mais rápido que posso, esperando que as árvores me ocultem no refúgio que talvez não posso ser tão seguro.
A floresta é assustadora, o único barulho que ouço são meus próprios passos desenfreados e apressados e o restante do ambiente é tão silencioso que chega a ser fantasmagórico.
Árvores e mais árvores são ultrapassadas por mim, galhos troncos, caídos e mortos são um empecilho para minha fulga vez ou outra tropeço no musgo liso que cobre metade dos troncos, uma névoa pessada se apodera das árvores bem mais além a perder de vista, olhando daqui a floresta parece imensa, um verdadeiro labirinto.
Cogumelos rodeiam algumas árvores será que são comestíveis?
Tiro a idéia absurda da cabeça, estou com fome, e com sede muita sede.
A medida que me oculto na floresta ela vai ficando mais escura, e sombria e fria muito fria, apesar de ainda fazer sol.
Me escondo perto de uma árvore bem grande, deslizo até o chão exausta minha respiração pesada e alta, o suor que escorre da minha testa e o coração saltitante são sinais disso, da minha fragilidade humana.
Calma ...
Digo aos meus pulmões, que trabalham freneticamente para conseguir oxigênio, estou ofegando muito pesadamente Assim o James vai te achar!
Grita minha mente medrosa, ponho a mão na boca para abafar a respiração.

  —Lilian, Lilian?  — a voz dele soa assustadora, meu nome em sua boca se torna o único som proferido na floresta— É o Mason meu amor venha, saia daí vamos para casa — murmura tranquilamente.

— Ela não está mais aqui, James — uma voz desconhecida se manifesta

— Cala a boca Kieran! Claro que ela está aqui!! Você acha que não sei onde minha mulher está? Além do mais ela está grávida não vai muito lonje

— Mas James....

— Quem é James? Está louco Kieran? Sou o Mason!

— Mas Jame...Mason.. ela deve ter ido para outra parte da floresta.

—  Já falei pra calar a maldita boca, Lilian?!! Venha meu amor, pare de brincadeira, venha

— Porquê foi mesmo que ela fugiu James? Ops! Mason

  — Porquê nós brigamos, você sabe como elas ficam nessa fase da gravidez, agora não me faça mais perguntas e me ajude a procuara aquela vagabunda

— Não sabia que você chamava sua mulher desse jeito.

— Que jeito?

—Você disse "vagabunda"

- Você não está bem Kieran, eu não disse isso!!eu nunca falei isso.

— Você disse agora pouco.

— Não disse não, e se você repetir essa palavra contra minha mulher....

— Ok, ok

—  LILIAN!!! É melhor aparecer estou perdendo a paciência —silêncio vem como resposta, James ponhe a mão ma cabeça como se sentisse uma dor porfunda —Onde estamos? — questiona com sua típica amnésia

— Na floresta James/Mason.

  — Quem é você?

—  Sou Kieran seu amigo.

—  E o que estamos Fazendo aqui?

— Você me pediu ajuda para encontrar sua mulher.

— Que mulher?

— O nome dela é Lilian

— Não conheço... eu não... LILIAN !!! Apareça logo!!, e você Kieran não fique aí parado!!  — James da uma risada cínica e sinistra  —Ah meu amor, você está tímida? — ri mais uma vez, o vento leva suas risadas entre as folhas  — Quando eu encontra você....você, você.... ahh—
cantarola como uma canção de terror
Estou com medo muito medo, tento me encolher como uma bola na tentativa de ficar invisível de alguma forma.

—  Clark, clark, clark..

Ouço passos pisando nas folhas secas das árvores , é ele o James e o outro cara, o Kieran.. parece que nesse momento os mínimos movimentos são ouvidos as quilômetros como se o tempo tivesse parado e os sons ocorresem lentamente e intensamente.
Ouço cada batida do meu coração, que pulsa em meu peito, minha pele se arrepia e adrenalina expectativa e aflição se juntam em um só bola de emoções.

CLARK, CLARK...
A intensidade do barulho aumenta por favor, por favor, não me encontre por favor!!
Peço quando ouço vozes se aproximando.
É como se eu pudesse deslumbrar os pés de james esmagando as folhas mortas, uma a uma.

—Clark, clark..—ele.está mais perto — Clark... — Oh meu Deus.... mais perto..Clark..clar...  —mais perto, mais perto!! —  CLARK.... —mais perto!! —
O barulho cessa, tudo está no mais absoluto silêncio shhhhhh... pede minha mente.
Shhhhhh calma Lilian...
Então uma movimentação é ouvida bem devagar.... bem devagar.... de-va-gar.... shhhhhh....
Arregalo os olhos, e ele está... está....bem....bem....
ATRÁS DE VOCÊ!!!

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