6. Dalila?

467 25 4
                                    


Inaraí

Eu deveria estar fumegando pela trolagem de ser confundida com um casinho de Lars, mas ao contrário de estar emputecida eu estava aliviada de que não iria receber um ponta pé no rabo devido ao que Sven e Simone poderiam ter pensado.

'' Eu ainda tenho o meu emprego e o resto que se lasque. '' — pensei debruçada dentro da enorme geladeira de aço cromado a procura de algo para fazer a refeição do café da manhã, mas a vida do Bender number 1 não estava fácil porque não tinha nada ali.

O que explicava o motivo dele viver beliscando na cozinha do irmão.

— Embora a visão parcialmente limitada que carrego esteja sendo brindada com algo até que interessante de se olhar, eu e você ainda temos de conversar sobre... — a voz dele interrompeu a minha busca por nada e senti em seu tom que ele provavelmente temia um surto de minha parte.

'' É bom mesmo que este alemão sem vergonha saiba onde está pisando comigo. '' — refleti apanhando a única caixa de leite que estava perdida no interior deserto do eletrodoméstico antes de me endireitar e fechar a porta.

E de pé atrás do balcão lá estava ele ainda usando o seu pijama de algodão branco e com aquele tapa olho de pirata que eu o ajudara a trocar minutos antes.

O filho da mãe parecia ficar mais lindo a cada dia e agora, eu sabia que ele tinha fraqueza por massagens e que o seu cabelo dourado era macio como a mais fina seda.

— Estou quase emocionada que esteja considerando um ''meio'' elogio de sua parte a minha bunda. E não temos nada a conversar. — dei de ombros desviando a atenção dele porque desde que o tocara tivera um deslize de me imaginar como a personagem de uma canção com uma letra nada boa para mim.

'' Sai dessa amiga! É o Lars Bender. '' — pensei indo até a caixa de cereal que estava em cima do armário.

— É sério? Não vai gritar comigo ou ficar desesperada como ontem? — estava incrédulo.

— Eu ainda tenho um emprego. O resto que se dane. — respondi apanhando uma tigela de cerâmica e depositei os flocos coloridos dentro dela junto do leite.

— Mudou de ideia sobre não ser associada a mim? — agora estava irônico e depositei a tigela sobre o balcão.

— O seu café da manhã está pronto. Na próxima vez que eu for ao mercado abastecerei a sua dispensa porque esse apocalipse Zumbi na sua cozinha é assustador. E sobre as calúnias jornalísticas só nos resta ignorá-las e...

— O Sven e a Simone estão...

— Você o conhece melhor do que eu e poderá esclarecer o mal entendido em privado com mais calma. E já com a sua cunhada será mais fácil de argumentar quando eu conseguir falar com ela num papo de mulheres. — eu estava certa de que a faria mudar de ideia sobre aquele conceito errado.

— Inaraí, você está...

— Bom dia! Eu vim... — Wendell parou de falar abruptamente quando me viu parada em frente ao balcão com Lars.

— Desculpe. Não sabia que estava ocupado com a sua namorada. — aquilo fez o meu ouvido doer.

— Wendelzinho, eu e o seu amigo na verdade não...

— Desista da ideia de ficar escalando a Ina para cozinhar para você. A madrinha dos meus sobrinhos não é sua empregada. — o outro rosnou entrando num assunto desconhecido por mim ao invés de me apoiar na negatividade de nossa relação.

'' Por que essa pessoa não colabora comigo?''

— Amigo eu juro que não sabia sobre...

— Qualquer dia desses cozinharei o que me pedir. Agora se me der licença, eu preciso verificar os meus afilhados. — pisquei para o cearense que ficou sem graça diante do olhar fulminante de Lars.

Queridas IndiscretasOnde histórias criam vida. Descubra agora