Munich
Eduarda von Behr
O jatinho dourado do Borussia Dortmund que ficava a disposição dos jogadores passara primeiro por Leverkusen para apanhar a Inaraí e os gêmeos patinhos Bender e agora estava aterrissando no aeroporto com vinte minutos de atraso, pois a festa Rodriguez já tinha começado.
— Eu comi demais e agora estou arrependida. — Inaraí resmungou sobre a comida que a comissária de bordo tinha nos servido.
Essa já era a terceira vez que nós pegávamos essa carona área para uma festa infantil, mas nenhuma de nós ainda estava acostumada com essa ostentação toda. O que era equivalente a fazermos uma farofada no interior daquela máquina junto das crianças.
— A pessoa não consegue esperar até chegar à festa e já sai manifestando o espírito de pobriane. — Morena tossiu, mas até ela tinha exagerado nas guloseimas.
— Tia Mo, eu vou pular com o Leon. — Nico começara a fazer planos.
— Claro contanto que a brincadeira seja segura sem nada que faça com que ambos arranquem os olhos um do outro ou ponham fogo na festa. — riu e a menção daquela palavra me levou ao passado não muito distante.
Flash Back
Ser uma residente no melhor hospital do câncer em Dortmund era uma das minhas metas desde que saíra do Brasil depois de ter puxado cinco anos de estudos em medicina na USP. E um dos meus mentores tinha me dito que um dia eu veria milagres acontecendo de mãos dadas com a ciência, mas eu não esperava que isso seria tão cedo e com uma paciente a quem eu me apegara desde que chegara a cidade. E Agatha fora o meu soprinho de luz resistindo ao tratamento agressivo de um linfoma muito raro que só atingia uma porcentagem mínima de crianças.
Sua fé para uma menina de apenas sete anos fora imensa e me contagiara a ponto de prometer que quando ela ficasse curada que iria até a catedral St Johannes para acender uma vela ao anjo da guarda dela e agradecer a Deus pelo livramento.
'' E agora aqui estou eu pagando a promessa. '' — pensei ansiosa ao ajeitar a barra de meu vestido de verão azul bebê bem comportado para a ocasião.
Eu era religiosa, mas não tanto a ponto de ir à missa todos os domingos porque a minha profissão me sugava e estando naquele ambiente de paz já estava começando a me sentir uma caloteira da fé por essa falta de participação na comunidade cristã.
— Eu sinto muito por viver tão atarefada. — sussurrei olhando para as gravuras religiosas no altar principal que ficava junto a pia de batismo.
E não me demorando mais do que dois minutos nisso, eu segui na direção da capela destinada as velas e ao chegar a esse salão foi possível ver a gigante bancada flamejante na qual se podia ajoelhar para acender as velas.
' Eu consigo. '' — fui otimista ao retirar a vela cor de rosa de minha bolsa e caminhei até o altar bem à vontade porque só havia no local eu e um rapaz que estava ajoelhado rezando.
— A minha paciente vai ficar feliz. — sussurrei já me inclinando para efetuar a ação, porém cometi o erro de olhar para o lado e ficar embasbacada com a visão do jovem lindíssimo que era a cópia do ''Erik Durm'' do Borussia.
'' Minha nossa! Jesus está soltando anjos que são clones de famosos. ''— pensei praticamente só faltando sacar o celular do bolso para tirar uma selfie, mas não faria isso porque vai que Deus acabasse me castigando por regular um boy magia na casa dele.
(Nota da autora: O Erik Durm na vida real é mesmo um católico roxo fervoroso que sempre vai à igreja.)
E nessa overdose de felicidade que só entende quem vê de perto aquele crush impossível, eu fiz a questão de praticamente quase grudar do lado dele só para acender o raio da vela e então o pior aconteceu.
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Queridas Indiscretas
FanfictionA regra principal para se trabalhar nas casas de celebridades do futebol se chama ''discrição ''a qualquer custo e as irmãs Santana sabem muito bem o que significa isso, no entanto, um fim de semana repleto de mal entendidos poderá colocá-las ou não...