Capítulo 12

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— Você não fez isso! Ferdinand deu um suspiro.

— Fiz, sim.

— Não pode ser!

Era uma tarde de segunda-feira. Ferdinand ligara para Antony e implorava para que o amigo fosse almoçar com ele. Precisava conversar com uma pessoa sensata e responsável, alguém que o ajudasse a manter os pés firmes sobre o chão, uma tarefa um pouco difícil de se realizar quando se estava namorando Raphael Farrid. Agora, os dois comiam sanduíches num café com mesinhas na calçada junto ao centro da cidade.

Antony tinha os olhos esbugalhados.

— Eu bem que lhe disse que o lobo mal ia seduzi-lo e levá-lo para a cama!

Ferdinand engoliu em seco.

— E... ele não me seduziu.

— Não?

— Não. Fui eu que pedi para que ele ficasse comigo.

— Meu Deus! Você não fez isso!

— Fiz, sim.

— Eu não acredito em uma só palavra do que está me dizendo. Não acredito mesmo. Você não costuma fazer isso. Aposto que só está tentando protegê-lo!

Ferdinand tomou um gole de seu suco. Estava com a garganta seca.

— Bem, eu diria que estava um pouco tonto naquele momento... Excesso de vinho, você entende.

— O que eu entendo é que você devia estar bêbado até dizer chega e aquele cara irresponsável tirou vantagem da situação!

— Não, Antony. Não foi nada disso. Raphael já estava na porta indo embora, quando eu... quando eu o chamei e pedi para que ele ficasse.

Antony Jordan caiu na risada.

— Ora, Ferdinand, isso é o que ele quer que você pense. Esse homem

sem coração deve ter planejado tudo desde o princípio. Afinal, não foi ele mesmo que lhe pediu para usar um terno bem atraente no casamento de Nick?

Ferdinand passou a mão nos cabelos.

— Eu não sei mais o que pensar, Antony. Sinceramente, não sei mesmo. Estou tão confuso... Só tenho certeza de uma coisa. Quando acordei no domingo de manhã, achei que fosse morrer de tanta vergonha. Meu Deus, se você soubesse as coisas que eu deixei que ele fizesse comigo... E o que eu fiz nele, então?! Você nem pode imaginar.

Os olhos de Antony ficaram mais esbugalhados ainda.

— Vamos, me conte. Quero saber dos detalhes. De todos eles! — falou, curioso.

Antony recostou-se na cadeira.

— Não posso. Não tenho coragem.

— Claro que tem. Já se esqueceu de que sou seu melhor amigo? Vamos, trate de abrir logo a boca, que estou morrendo de curiosidade.

E Ferdinand contou. Tudo. Ao terminar, Antony estava mudo. Foi preciso um copo de suco de laranja com bastante açúcar para que ele se acalmasse um pouco.

— Meu Deus do Céu, esse homem é um verdadeiro tigre na cama — foi seu comentário, quando conseguiu articular algumas palavras.

— Tigre? Ponha tigre nisso. Quando ele encosta a mão em mim, eu paro de raciocinar. É como se outra pessoa se apoderasse do meu corpo e me fizesse sentir coisas incríveis. Às vezes, eu tenho vontade de comê-lo vivo ou de enterrá-lo tão fundo no meu corpo, até que nós dois pudéssemos nos transformar em uma só pessoa!

FELIZES PARA SEMPREOnde histórias criam vida. Descubra agora