| 17 | A Casa de Espelhos

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Léia's P.O.V.

Luzes piscam e me guiam por todo o caminho, tortuoso como um labirinto, até que, aparentemente, chego ao meu destino. 

Diferente dos corredores escuros que me trouxeram aqui, uma sala iluminada se estende diante de mim. Nessa sala, que mais parece um galpão gigantesco devido a sua grandeza, está uma espécie de prédio, com no máximo sete andares. O que me chama a atenção é o fato de suas paredes estarem cobertas por espelhos. 

É como um cubo espelhado. 

E uma pequena figura de cabelos brancos e roupas cinzentas encontra meu campo de visão. Deixando o breu do labirinto para trás, andei para a luz onde pude ver a minha pessoa: o semblante calmo porém cansaço, cabelos médios brancos como no dia em que morri. Pelos espelhos noto por onde saí: um recorte retangular em um muro escuro. Mas noto que a poucos metros de onde vim há outra saída. 

Me viro, meus pés me levando para aquela outra saída. Quero espiar pelo corredor, sem saber o que desejo encontrar, mas antes mesmo que possa chegar perto daquele recorte, um som faz com que eu pare bruscamente. 

Virando a cabeça, vejo a porta do pequeno prédio se abrir, me convidando a entrar. 

Solto um suspiro. Então vamos lá. 

[...]

Ao adentrar o prédio, a porta batendo atrás de mim, me vejo em um hall com paredes lisas, o chão coberto por tapeçarias, uma grande escadaria em espiral e uma modesta porta de madeira. 

Me aproximo da escadaria, esticando o pescoço para cima, tendo um relance da espiral crescendo e crescendo. Então me dirijo à porta. 

Giro a maçaneta que me parece banhada a ouro devagar, entro sem fazer barulho. Lá de dentro uma luz acerta meus olhos e o barulho de filme rodando enche meus ouvidos. Vejo um quarto escuro, um projetor antigo de filmes e uma parede nua sendo usada como telão. Nela, vejo um filme que conheço bem, com protagonistas familiares: uma menina fazendo curativos em um menino. 

E sentado no chão da sala, de costas para a porta, com as pernas cruzadas, cabelos brancos e roupas cinzentas como as minhas, uma figura de porte masculino. 

O filme termina de passar, o projetor com a fita rebobinando para começar seu espetáculo mais uma vez. Vejo a figura se movimentar, passando as mãos compridas pelo cabelo. Parece notar minha presença. 

E então eu vejo o dono de um sorriso inconfundível e um nariz com pequenas rugas em seu topo. 

- JungKook? - sussurro em espanto. 

- Léia? É você mesma? 

Antes que eu possa responder, meu corpo se choca com o de Jeon em um abraço necessitado. Ele me aperta assim como eu o aperto, para ter certeza de que tudo isso é real. Lágrimas escorrem pelas minhas bochechas, deixando uma mancha escura no moletom de meu amigo. 

- Eu vi o que você fez, a maneira que me salvou... - ele diz se separando de mim mas ainda me segurando pelos cotovelos, suas mãos quentes.  

- Pensei que nunca mais te veria - digo com honestidade. - Perdão por não ter te ajudado das últimas vezes. Eu tenho muito a te pedir desculpas. 

Começo a listar as diversas coisas que poderia ter feito diferente e melhor, mas ele me interrompe com outro abraço. 

- Você não estaria aqui se eu já não a tivesse perdoado. 

Um dos fardos em meus ombros fica mais leve com essa afirmativa. Um sorriso corre pelos meus lábios. Uma risada me escapa. Sinto que Jeon está sorrindo também. 

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⏰ Última atualização: Jan 13, 2021 ⏰

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Save Me From The Fire {Min Yoongi} - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora