Fiquei minutos pensando em uma justificativa para aquela situação,mas nada aparecia em minha mente.—Bom... É que eu estava andando na floresta procurando por pegadas dos lobos e me distraí. Uma onça tentou me atacar e Sthefan entrou na frente para me ajudar. –Digo inventando a pior mentira que veio a minha cabeça.
—Onça? Não ouvimos falar de onças por aqui há anos. –Diz o padre desconfiando.
—Uma sobreviveu padre! –Digo tentando passar confiança.
—Pode ser ! Mas vamos ficar de olho em você! –Aponta para Sthefan.
Todos voltaram a fazer as coisas que estavam fazendo antes.
—Sthefan! Isso dói? –Digo preocupada com seus machucados.
—Não! Eu estou bem! Mas precisamos voltar na floresta de novo!
—Por que?
—Há pessoas que ainda estam vivas!
—Mas eles foram mordidas na lua de sangue,elas vão...? –Digo assustada.
—Sim! Vão virar as criaturas que tanto odiaram um dia. –Diz friamente.
—O que faremos?
—Teremos que matá-los. Não há outra solução, eles não iriam querer causar dor e sofrimento para outras pessoas.
—Mas e os familiares deles? –Digo preocupada
—Vão ter que entender. É o único jeito de não terem que sofrer com essa maldição. –Diz Sthefan, indo para a floresta e eu vou logo atrás.
Fomos até o local em total silêncio,ao nos aproximar,havia muitas pessoas caídas ao chão, algumas mortas e outras que logo perderiam suas vidas.
—Ajude-me! – Pede uma mulher que acaba de abrir os olhos.
—Calma! Vai ficar tudo bem! ·Digo chorando sabendo que nada do que disse é verdade.
Alguns outros começaram a também abrir os olhos,levamos-os até o vilarejo e depois buscamos os corpos que restaram.
—Vamos os deixar aqui por enquanto! –Digo para Sthefan,apontando para um hospital clínico já abandonado.
—Por que? –Pergunta um homem que acaba escutando a conversa.
—Aqui é seguro para todos vocês. Logo nós voltaremos,então fiquem aqui por enquanto. –Digo me afastando.
Saímos do hospital,deixando todos trancados com a madeira que colocamos do lado de fora.
—Sthefan! Vamos ter que falar com o padre sobre isso! –Digo o olhando.
—Você vai! Vou ficar aqui do lado de fora para garantir que eles não vão fugir.
—Está bem! –Confirmo com a cabeça.
Saio dali um pouco rápido e chego na igreja,entrando e atrapalhando a missa.
Fico sem reação, todos estavam olhando-me.—Padre! Preciso falar com o senhor! –Digo ignorando todos os olhares para mim.
—Sim filha! Depois da missa.
—Não padre! Tem que ser agora. –Falo alto.
O padre Carlos me olha sem entender nada,mas por fim passa a palavra para outro padre e me encaminha para uma sala mais reservada.
—Diga filha. –Diz o padre calmamente.
—Ontem,os cidadãos causaram uma rebelião e foram atrás do lobisomem,como o senhor deve imaginar,muitos morreram,porém... –Digo sem terminar a frase.
—Porém...? –Repete o padre.
—Porém algumas sobreviveram do ataque,e se não os matarmos, eles vão se transformar em grandes bestas.
O padre me olha como se não acreditasse no que estava falando.
—Padre! Eu quero que você decida,vai me dar a autorização para isso?
—Mas filha,alguns tem filhos, famílias. –Diz o padre com um rosto triste.
—Seus filhos,famílias vão sofrer se eles se transformarem.
—Você tem razão,te autorizo. Faça o que é certo! –Diz o padre deixando cair uma única lágrima.
Levanto-me e saio da igreja e vou novamente até o hospital,encontro várias pessoas querendo entrar dentro do hospital e Stefan tentando as impedir.
—Vocês não vão matar eles! –Diz uma senhora.
—Mamãe! –Grita um menino pequeno chorando.
—Minha mulher está aí dentro! Deixem-me entrar! –Exclama o que aparenta ser o pai do garoto.
Aquela cena me entristeceu muito,teria que deixar aquele pequeno garoto órfão de mãe.
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Lua de Sangue
Werewolf(Se você estiver lendo essa estória em qualquer plataforma que não seja o Wattpad, provavelmente está correndo o risco de sofrer um ataque virtual ( malware e vírus) A estória original está no Wattpad, você pode ler e não paga nada) Dona da estór...