A nova morada.

23 1 0
                                    

              O acompanhei: saímos daquela sala e seguimos por outro corredor, até seu centro, onde, outra porta à direita se abriu e nós entramos. Era um grande dormitório, semelhante aos da Terra, com cama e armário em acrílico, poltrona dourada e roupas em seda e lã, alem de um banheiro com seus materiais no mesmo estilo: vaso sanitário, chuveiro, banheira com hidromassagem, separada dos demais, por um boxe em acrílico transparente. Todos, com exceção do boxe, em lindas cores azul e verde claro.

            — É aqui que você ficará! — Me disse o senhor Frene. — E já vou alertá-lo de que não haverá guardas, nem tranca nas portas. Ou seja, elas se abrirão, quando você quiser sair, ou alguém quiser entrar.

            — O senhor não teme que eu fuja?

            — Fugir pra onde? Seu planeta está invisível pra você. Aqui não tem pra onde você ir! Aqui será sua casa agora! Portanto poderá sair e chegar quando você quiser!

            — Não há outros perigos?

            — Nem um! Ninguém vai querer roubá-lo! Agora descanse. Depois a gente conversa mais.

            Ele já ia se retirando, quando ainda resolveu falar:

            — Meu planeta tem uma temperatura mais quente do que o seu. Aqui onde estamos à temperatura fica entre trinta e cinco e quarenta graus. Você é uma criança. Se preferir ficar só de cuecas, ninguém irá reparar.

            — Por que o senhor quer que eu fique pelado?

            — Imagine! — Riu ele. — Eu só quero o seu bem! Pode ficar de short, cueca, ou até de roupa, se assim você preferir.

            — Prefiro ficar muito bem vestido!

            A porta se abriu e ele já ia se retirando, então insisti:

            — Senhor Frene...

            Ele me olhou, então lhe perguntei:

            — Como o senhor sabia que na Terra existia vida humana?

            Ele tornou a entrar, segurou em meus braços e perguntou:

            — Você não está cansado?

            — Nem um pouco!

            — Está bem! Vou falar mais um pouco com você. Sente-se aqui nesta poltrona.

            Sentei-me. Ele sentou-se na cama e então me perguntou:

            — O que você quer mesmo saber?

            — Como o senhor sabia que na Terra existia vida humana?

            — Eu e todo o meu povo somos humanos, iguais a você; só que de uma civilização mais antiga, porém, bem mais avançada em respeito a conhecimentos e tudo o mais.

            — Mais avançado?

            — Sim! Por acaso você conhece ou já viu falar, por exemplo: nas pirâmides do Egito?

            — E como já! — Exclamei eufórico.

            — Pois bem: Como acha que elas foram construídas?

            — Pela mão do homem!

            — Seria impossível, homens com força comum, levantar aquelas pedras gigantes, naquelas alturas e as colocar com tal precisão, segurança e beleza.

Regis um menino no espaçoOnde histórias criam vida. Descubra agora