Capítulo 3

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- “Muitas o terão, mas apenas a uma servirá. Porque aquilo que todas têm, ela nunca o terá” – citou Alysha

- Essa frase fala do colar. – esclareci – Lembraste do que a princesa Anysha nos contou? De que todas a avós os ofereciam às netas? 

Depois de sairmos do quarto de Noulsha, dirigimo-nos para o meu. Alysha não percebera nada, mas eu tinha.

- Sim, lembro-me. Mas e a outra parte? “Porque aquilo que todas têm ela nunca o terá”? A que se refere?

- Como é óbvio aos nossos poderes. Todas têm, mas ela nunca o terá. Terá muito mais, ou diferentes.

- Faz sentido – admitiu – No entanto, Noulsha disse que todas as raparigas têm poderes neste momento.

- Noulsha sabe muito mais do que aquilo que nos contou. Se todas as raparigas de 10 anos têm poderes, então a pessoa tem de ser mais velha.

Apanhei o meu enorme cabelo numa trança, que enrolei em forma de coque. E de seguida, vesti uma camisa de noite branca, com a inscrição “Don’t give up on your dreams”, e dirigi-me à minha casa de banho, sendo seguida por Alysha.

- Mas não achas que alguém iria notar, se uma rapariga não tivesse poderes?   - inquiriu

- Sim, claro. Mas e se a pessoa o escondesse? Não sei se sabes, mas quando alguém não desenvolve poderes é repudiado. É natural que alguém esconda.

- Sim, tens razão. – concordou – e a outra frase? “Assim como diabo precisa de deus, a escuridão precisa de luz?” Desde quando acreditamos nisso? Deus é dos humanos, nós cremos em deuses.

- Sim. Lembraste da última? “A escuridão está cega?” Estas duas dizem que a escuridão não sabe do quão poderosa é. Provavelmente acha que nuca irá desenvolver poderes. – expliquei

- Continuo sem perceber porque se referem a um Deus, que nós sabemos que não existe, ao invés dos nossos deuses. - Alysha resmungou

- Pois, vá-se lá saber porquê. 

Acabei de lavar os dentes, e saí da casa de banho. Sentei-me numa das poltronas, e Alysha sentou-se noutra. 

– Mesmo com estas informações, ainda estamos completamente às escuras. Continuamos na estaca zero. - suspirei

- Não estamos completamente às escuras. – corrigiu-me – Sabemos que só a ela o colar servirá, porque ela não tem os mesmos poderes que todas nós. E sabemos que ela não sabe de nada disto.

- No entanto, não sabemos onde mais procurar. Não temos uma pista para seguir.

- Dorme – aconselhou-me – Há-de te ocorrer algo.

Alysha deu-me um beijo na face e foi-se embora. Deite-me na cama, e logo a seguir, Pantuf veio fazer-me companhia. Pensei em tudo o que tinha acontecido naquele longo dia, mas não valeu a pena, nada mais me ocorreu.

*

- Bom trabalho. Percebeste as mensagens. - Eartsha elogiou

- Oh! Pensei que ia ter de reviver o mesmo sonho.

- Não foi assim tão bom o teu trabalho. – corrigiu Norishya – Noulsha?

- Sim, eu sei. Eu também não confio nela…

- E não deves – interrompeu-me – Não quero que lhe contes mais nada, nem que ela tenha outra informação. Esta jornada é tua.

-Assim o farei. Mas não tenho um próximo destino. Não sei a que me agarrar.

As guardiãs dos 7 sharkasOnde histórias criam vida. Descubra agora