Capítulo 8

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Abri os olhos assustada. Que confusão! Ainda não conseguira assimilar tudo, mas tinha de partir rapidamente.

- Podes ir, Trisha. – disse Mahamumsha – Mas para ti, em minha casa não há porta. És sempre bem-vinda.

- Muito obrigada. – agradeci – Mas creio que tão cedo, não voltarei.

- Veremos. – retorquiu.

Levantou-se e abandonou a sala, deixando-me sozinha com Alysha. Que me olhava com uma certa curiosidade. Na verdade, era tanta a sua curiosidade, que até me doía o seu olhar. Era como se estivesse a tentar escavar até a minha alma, e roubar todo o seu pobre conhecimento.

- Está tudo bem? Recebeste uma nova revelação? – interrogou

- Nada que te possa contar.

- Porquê? – inquiriu.

Por momentos observei-a atentamente. Os seus olhos estavam sedentos por informação, mal a reconhecia. No lugar do seus manso olhar esta um… difrente? Mais que diferente. Era um olhar enraivecido, ela queria aquelas informações. O que eu achei muito estranho, devo dizer. Aí decidi que nunca abriria a minha boca sobre este assunto. Mesmo que tivesse sonhos, a ela, não lhe diria nada. E, provavelmente, a ninguém.

- Porque assim me foi pedido. – informei – Vamos, temos de regressar à  fortaleza. E Drew e Anysha, devem estar preocupados.

Rapidamente saímos da casa de Mahamumsha. Encontramos Drew e Anysha totalmente na brincadeira. Pareciam namorados, e talvez fossem.

Já eles, nada perguntaram. O que eu agradeci, não me apetecia nada estar com rodeios, e ainda tinha muito em que pensar.

Caminhámos em silêncio. Apenas se ouvia os passos de Alysha, que era a única que não sabia andar sem fazer ruído, ou deixar rasto.

Já podia ver, longe, mas podia ver o portão da fortaleza. Eram 5 da manha, ou seja, já estava a clarear. Como havia mais luz, víamos melhor e andávamos mais rápido.

Estava até a cantarolar muito baixinho, quando ouvi, passos apressados. Diria, até, de alguém a correr.

- Shiuu! Ouviram isto?- perguntei

Os outros tentaram ouvir também. Mas não voltámos a ouvir os passos. Quando íamos recomeçar a ouvi os passos outra vez, e desta vez mais perto.

- Vão dizer que não ouviram também?

- Eu ouvi. – Drew afirmou, metendo os punhos preparados.

Rapidamente empunhei as minhas duas espadas, e Anysha o seu arco e flecha.

Atualidade

Não era só o som de alguém a correr, agora, também podia ouvir o galopar de cavalos.

- Estamos lixados. – resmungou Drew 

Mesmo depois dele ter dito isso, pude avistar os nossos inimigos, que pararam alguns metros à nossa frtente. Eram Sharks. Sharks são um povo, descedentes de Shakas. Há 50 anos atrás, havia uma pequena população entre o Shakas, que não estava nada contente, com a criação da fortaleza. Então, resolveram protestar, e eventualmente, partir, mas antes disso, houve uma guerra civil, por 7 meses. Os Shakas ganharam, e os revoltados, que decidiram chamar-se Sharks, derrotados, partiram da fortaleza. Mas ainda assim, causaram, e ainda causam, terror, a todos os Shakas que conseguem deitar a mão. Muitos Shakas abandonam a fortaleza e juntam-se ao Sharks, que têm como objetivo, destruir a fortaleza.

Os que estavam à nossa frente naquele momento eram 8. Sendo que 5 iam a cavalo, e três a pé.

- Olha o que temos aqui! Quatro Shakas, sendo-nos entregue numa bandeja. – disse um Shark, que parecia ser o chefe

- Não me parece – repeli – Eu vejo, quatro Shakas prontos para uma.

- Três – susurrou-me Alysha

- Apanhem-nos e tragam-nos intactos. Ainda nos podem ser muito úteis.

- Não será assim tão fácil – contrariou Drew

- Vamos ver. Apanhem-nos, já! – ordenou

Os cinco Shark avançaram até nós em posição de combate. Rapidamente, ergui as minhas duas espadas. Anysha preparou o seu arco e flecha, e Alysha empunhou uma adaga, a medo. Drew, que preferia uma luta, corpo a corpo, cerrou os punhos.

Enquanto os Sharks chegavam mais perto, Drew e eu avançamos também, deixando Alysha, com Anysha

Sem pensar duas vezes, pontapeei o primeiro no peito 4 vezes seguidas, fazendo com que caísse no chão. Um segundo veio a correr na minha direção, empunhando uma espada. Travei a sua primeira investida contra mim, com as minhas espadas. Pontapeei a sua mão, fazendo com que a sua espada caísse e penetrei a espada no seu estômago.

O primeiro que tinha derrubado, sem eu notar, aproximou-se de mim, e pontapeou-me as costas, no entanto, consegui equilibrar-me. Rapidamente me virei, mas fui socada na face, seguido de mais três no estômago. Pontapeou-me o peito, e, inevitavelmente, caí. Quando se preparava para enterrar a espada em mim, uma flecha perfurou o seu peito, e depois, outra na cabeça saindo pela sua testa.

Entretanto, Drew lutava contra dois, sendo que um já estava no chão. Estava a aguentar, mas sabia que não por muito tempo. Quando um o ia atacar, pontapeei a sua face. Irritado, dirigiu-se a mim com os punhos cerrados. Investiu socos em mim, aos quais, dificilmente, me fui desviando.

Baixei-me em cócoras, arrastei uma perna, fazendo-o cair no chão. Subi-lhe para cima e cortei a sua garganta.

Procurei com o olhar, por Alysha e Anysha, que felizmente, estavam a salvo. Olhei para Drew, que acabara de meter o seu adversário inconsciente e juntos voltámos ao encontro das outras duas.

Enraivecido, o chefe dos Sharks olhou os corpos dos seus súbitos, e por fim, ancorou em nós o seu olhar.

- Parece que vos subestimei… – concluiu

- Obviamente – interrompi

- Mas isto não fica aqui. E eu, voltarei para te pegar. Gostei de ti. – disse, referindo-se a mim – Que me dizes de te juntares a mim agora?

- Nem agora, nem nunca.

- Parece que me vais fazer derramar uma gotas de suor.

- Far-te-ei derramar muito mais, que umas meras gotas de suor, meu caro. – repeli.

- Não te armes em convencida. Posso ir aí e fazer-te vir. Se não é a bem, é a mal.

- Só por cima do meu cadáver! – Drew, meteu-se na minha frente

- Oh um casal, que queridos! Mas assim terá de ser, por cima do teu cadáver. Infelizmente, não hoje. Vamos! 

Seguindo a sua ordem, ele e dois dos seus restantes súbitos, seguiram caminho a cavalo. Sobrando dois para nós. Que não pensámos duas vezes em usar.

Verificámos se estava tudo bem. Drew tinha sido esfaqueado na perna, mas nada que não se resolvesse. E eu estava muito dorida, provavelmente iria ficar cheia de nódoas negras, mas isso também passava.

- Anysha como membro da realeza, deves saber montar, estou certa? – inquiri

- Sim.

- Então vais a calavo com Alysha, eu levo Drew.

Subi para o cavalo, e Alysha e Anysha ajudaram-me a por Drew também. Depois, também elas subiram a cavalo. E prosseguimos a curta viagem, que ainda nos restava.

N/A: Hey hey hey! finalmente puderam ver o que aconteceu. Por pouco não iam morrendo. O que acharam das revelações que a Trish recebeu? E desta pequena intervenção, com a promessa de rapto dos Sharks? Desculpem-me por demorar um bocado com os updates. Vou tentar ter intervalos mais breves. Votem e comentem se gostaram!

Bye, baes, até o próximo!

As guardiãs dos 7 sharkasOnde histórias criam vida. Descubra agora