Antes de começarem a ler este capítulo, só queria agradecer a toda a gente que vota e comenta. Vocês não têm a mínima noção do quando isso ajuda-me, dá-me força e inspiração. Obrigada a todas vocês por serem tão cooperativas, queridas e inspiradoras. Nunca falham em surpreenderem-me.
Boa leitura ursas ♡
-
C a p í t u l o quarenta e dois
Encosto-me à parede e deixo-me escorregar pela mesma, subo os meus joelhos ao meu peito e coloco a minha cabeça entre eles. Tento retirar a cara magoada do Harry da minha mente mas parece uma missão impossível pois tudo o que vejo é os seus olhos marejados de lágrimas e tudo o que oiço é a sua voz a rouca a chamar pelo meu nome. A implorar pela minha compreensão e pelo meu tempo, a pedir a minha paciência e uma nova oportunidade para fixar o que o seu mistério estragou.
Por mais que pense no assunto, que tente ligar alguns dos últimos acontecimentos, por mais que tente juntar as peças, o resultado acaba sempre sendo o mesmo – uma excelente dor de cabeça. Nada faz sentido e pensar que a minha amiga mais próxima participou neste jogou de fazer a Emily de burra, magoa-me mais do que pensei que magoaria.
O Harry e os seus segredos são exasperantes – os mistérios que esconde são quase como a sua própria sombra, sempre a persegui-lo. Custava-lhe muito explicar-me o porquê do Louis sentir a necessidade de conferir se ele já me tinha contado sobre o conteúdo que estava na mensagem? De certo, já por isso é que não me contou.
O que de tão mau podia estar lá?
Levo as mãos ao meu cabelo e começo a puxar algumas madeixas, irritada. Tenho de arranjar uma maneira de começar a fazer com que ele se sinta à vontade para me contar mais coisas sobre o seu passado e sobre a sua vida pessoal. Valerá o esforço? Estará a minha curiosidade e necessidade de fixá-lo a levar o melhor de mim? A fazer-me fazer coisas que nunca pensei fazer? Entre as quais, despejar oportunidades perante os pés deste rapaz e apanhar os bocados partidos de mim que vão sendo deixados para trás.
Ele confunde-me com a sua afetividade e vulnerabilidade quando a primeira coisa que eu devia estar a fazer agora era a pegar nas malas e ir embora. Ir embora e não voltar. Ir embora e não deixar ele voltar. Ambas as opções parecem impossíveis, entre mim e o Harry não sei qual de nós é que tem o maior magnetismo. Somos sempre puxados um para o outro.
"Noite fria, uh?" Uma voz feminina retira-me dos meus pensamentos e eu levanto a cabeça lentamente, vendo assim uma cara conhecida sentada em uma das espreguiçadeiras. Um cigarro entre os seus dentes e os seus olhos, maquilhados num tom escuro, fixados na água da piscina.
A Jennifer sopra o fundo através dos seus lábios em pequenas rodas e eu encaro também a água à nossa frente. O jardim desta fraternidade parece sempre acalmar-me – não sei se tem alguma coisa a ver com o ar frio contra a minha pele quente, ou sobre a água da piscina que se move calmamente. Sabe bem, relaxa a confusão que rodopia dentro de mim.
"Pelo menos não está a chover." Respondo, ela sorri de forma travessa.
"Cá fora." Mais um novo trago no cigarro, "Dentro de ti está uma tempestade tenho a certeza." Murmura e eu encaro-a, cerrando as minhas sobrancelhas. A Jen solta o fumo, "Deixa lá, isso acontece. A raparigas como tu, claro." Murmura, "Ao fim de algumas vezes vais ver que te habituas. Depois é sempre o mesmo, as mentiras nunca acabam. Mas não são elas que te assustam por não?" Ela lança-me um sorriso sábio e leva o cigarro aos seus lábios finos, "O que te assusta é o que ele esconde.."
Cerro as sobrancelhas novamente e inclino a minha cabeça para olhar para o vidro atrás de mim. A sala parece vazia mas daqui dá para ouvir algumas vozes que vêm de dentro da casa. Puxo os meus joelhos contra o meu peito e volto a minha atenção para a rapariga em minha frente, tentando processar a informação que acabara de me passar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uncontrollable [A ser editada]
FanfictionEmily Green, uma adolescente cuja vida parece ser traçada pela normalidade, consegue o seu desejado lugar na NYU. A rapariga determinada mal pode esperar por formar novas amizades, adquirir novos conhecimentos e, lá no fundo, viver todas as maravilh...