Uncontrollable [A ser editada]

Capitulo 81

Cometem ao longo do capítulo porque eu simplesmente amo ler as vossas reações ao longo dos acontecimentos ;);)

Boa leitura cuties x

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Sabem quando o mundo parece parar à vossa volta e o único som que os vossos ouvidos conseguem captar é de um apito irritante, que bloqueia tudo o resto e que nunca termina. A vossa mente está perdida e no fundo, mesmo na profundidade das vossas almas vocês conseguem ouvir tudo o que vos resta a partir-se em bocados. Nada parece certo e apesar da esperança que vos resta dizer que vai tudo ficar bem, que vocês vão recuperar e que os dias terão sol novamente, vocês sabem que não vão voltar a ficar bem, que não vai voltar a apanhar todos os pedacinhos e a reconstruí-los. Quando uma coisa parte, ela nunca mais consegue ficar da mesma forma como de antes porque certos pedaços ficam perdidos ou impossíveis de reconstruir. E dado este facto, é isso que vocês sabem – que por mais que se tentem reconstruir, ou que vos tentem reconstruir, vocês nunca mais serão as mesmas porque haverá sempre pedacinhos perdidos ou impossíveis de colocar no seu devido lugar novamente.

É assim que me sinto neste momento. Estou a viajar para longe, os meus pensamentos perdidos entre as ondas do mar, o meu corpo a flutuar pelas nuvens e todo o meu ser totalmente perdido. É como seu eu tivesse vivido outra vida e só agora viesse a descobrir quem eu realmente era, quem eu realmente sou.

As mãos do Harry são a única coisa que me prende à realidade e eu preferia que ele não estivesse aqui este momento. Quando caio, prefiro cair sozinha do que ter alguém a ver as minhas paredes desmoronar-se. O Harry está a manter-me presa à realidade e mais uma vez ele não me está a deixar ir, ele está a garantir que eu não me perco mas eu não podia estar já mais perdida.

Irmã. A palavra soa tão estranha nos meus pensamentos. O universo andou a brincar comigo durante tanto tempo, a remexer com a pessoa que eu era, a jogar jogos com a minha alma, a tornar a minha vida em uma das maiores anedotas. As minhas memórias mais obscuras preenchem a minha cabeça e apesar da memória da Sam parecer algo irreal, eu sei que ela existiu.

Ela existiu e vivia em frente da minha antiga casa. Ela existiu e foi um erro cometido pelo meu pai, fazendo dela automaticamente minha meia-irmã. Ela existiu e teve o meu pai primeiro que eu. Ela existiu e teve o Harry primeiro que eu. Ela mudou-se para a cidade de Nova Iorque primeiro que eu. É como se eu estivesse a seguir todos os seus passos.

Sinto os lábios do Harry na minha pele e sou trazida de volta ao momento. Os meus olhos deixam a parede e concentram-se no rapaz delicado há minha frente. Os seus cabelos puxados para trás, olhos verdes e brilhantes repletos de carinho, lábios vermelhos e carnudos. Andei tanto tempo a pensar que tinha sido ele a encontrar-me mas fui eu que o encontrei.

“Estás bem?” A sua voz é suave como o seu olhar e as suas mãos não deixam as minhas. Assinto devagar com a cabeça, “Queres falar sobre o assunto? Eu amo-te.” Pergunta sem retirar os seus olhos dos meus, e relembra-me mais uma vez do seu amor por mim. Assinto mais uma vez com a cabeça e ele espera pacientemente que eu diga alguma coisa.

“Eu sinto-me perdida.” Admito depois de vários minutos de silêncio, os meus olhos afastam-se do Harry mas ele leva a sua mão de imediato há minha face, forçando-me a encará-lo com cuidado.

“Tu acabaste de saber que tinhas uma irmã, acho que isso é realmente algo abalador.” Diz-me, “Emily eu não quero que penses que estás sozinha nisto, eu estou aqui. Eu vou sempre estar aqui, bebé. É fodido como tudo isto parece uma piada. As vossas semelhanças sempre me deixaram surpreso, não só a nível físico como a mental, tu pensas quase da mesma forma que ela pensava. A tua voz é mais suave e a tua pele mais morena, mas de resto acho que tudo é praticamente igual. Eu nunca coloquei em questão algo deste género mas eu sabia que não tinha margem para dúvida a partir do momento em que entrei neste sítio, a partir do momento em que comecei a reconhecer o local.”