Capitulo 52

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Editado pela @/DanielaOCosta

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"Aqui estamos." O Harry murmura, cortanto o silencio que até agora, durará durante mais de duas horas. Assinto devagar com a cabeça para ele saber que eu ouvi. Pelo canto do meu olho vejo-o engolir em seco e olhar para o relógio do carro. Por esta hora devia estar a amanhecer em New York, mas aqui ainda é de noite. E eu sinto-me cansada, mas no entanto não tenho sono. 

Saio do carro depois de me aperceber que o Harry só o iria fazer assim que eu fizesse. Ele estava a espera dos meus movimentos, observando-me cautelosamente e com atenção. Oiço a sua porta fechar e abro a porta que dá acesso aos bancos de trás para retirar a minha pequena bolsa.

Encaro a casa a minha frente e engulo em seco - não queria conhecer a mãe dele. Não agora. Não quando estou magoada com o Harry. Não quando estamos ambos a ser envolvidos por um ambiente de desconforto e desconfiança.

Este fim de semana devia estar a ser perfeito. Mas não esta. Estava quase, mas depois desta longa viajem, o fim de semana esta longe de ser perfeito. Parece que a cada minuto que passa me sinto mais magoada, e sentir o olhar confuso do Harry em mim não ajuda.

Suspiro e mordo o meu lábio inferior, "Devo tocar a campainha?" Questiono e mantenho o meu olhar fixado na porta de entrada. O Harry esta do meu lado direito, a encarar-me com aqueles olhos verdes e confusos. Ele não me responde. " Harry, devo tocar a campainha?" Repito e encaro-o devagar.

A sua expressão parece triste e sinto o seu olhar queimar o meu, "Disseste que ias esperar pelo momento em que eu estivesse pronto." A sua voz rouca sussurra naquele sotaque britânico carregado. Engasgo-me na minha respiração.

"Apenas tenho medo de ter de esperar para sempre. E isso eu não conseguirei fazer Harry." Murmuro e desvio o meu olhar do seu. Estou a ser sincera - não sei por quanto mais tempo poderei viver com a ideia de que o Harry necessita de esconder coisas de mim para eu manter-me perto dele.

Desvio o meu olhar ao encontro do dele e fico receosa com o que vejo. Os seus olhos estão escuros, apenas uma linha fina verde pode ser dificilmente notada a volta das suas pupilas. Os seus lábios pressionados numa linha fina, o seu maxilar tenso. 

Consigo ver que ele esta a morder a sua bochecha. "Prometeste que não ias deixar-me." O Harry confronta-me e da um passo na minha direcção. Recuo dois passos atrás e engulo em seco.

"Prometeste que ias tentar." Digo-lhe por entre os meus dentes cerrados. Num movimento rápido o Harry encosta-me a parede. O seu corpo pressionado no meu, a palma da sua mão esquerda sobre a parede, a outra mão a segurar o meu queixo obrigando-me a encara-lo.

"Eu estou a tentar, Emily." Aceno negativamente com a minha cabeça, "Foda-se eu estou!" Ele aperta mais o meu queixo ao ponto que a dor começa a tornar-se intolerável. Sinto lágrimas a formar-se no canto dos meus olhos.

"Harry.." Sussurro e tento retirar a sua mão do meu queixo. Ele não me solta e eu começo a chorar. Ele nunca foi tão bruto comigo como esta a ser agora. "Harry, solta-me. Estas a magoar-me."

A sua mão larga o meu queixo de imediato e o seu corpo afasta-se do meu. Tusso e levo a minha mão para acariciar a zona magoada do meu queixo, o Harry a observar-me com os seus olhos raiados de culpa e preocupação.

"Em, desculpa. Desculpa, eu não--Desculpa." Ele apressa-se a implorar pelo meu perdão mas eu evito o meu olhar. Alem de me magoar por dentro, agora ele acabara de magoar-me por fora também.

Tento afastar-me dele e pegar na minha bolsa, que esta pousada junto da porta da casa da sua mãe. No entanto, a sua grande mão agarra o meu pulso e o meu corpo é puxado de volta para o dele. Empurro a minha mão sobre o seu peito e ele abraça-me pela cintura.

"Larga-me!" Peço com os meus dentes cerrados enquanto algumas lágrimas rolam pelas minhas bochechas quentes e coradas. Ele não me larga, mas sim aperta-me mais contra ele e o meu ouvido é encostado contra o seu peito, e desta forma consigo ouvir o seu coração bater rapidamente.

"É mais complicado do que aquilo que parece." Os seus lábios murmuram as palavras contra o meu cabelo e eu desisto dos meus esforços para ele largar-me - ele não o vai fazer. "Eu quero contar-te tudo, Emily. Quero mesmo. Mas não posso."

Empurro o seu peito para longe e saio do seu aperto. Encaro-o com a minha cara vermelha e com lágrimas a escapar dos meus olhos, "Tu podes. Mas tu não queres." Sussurro e soluço enquanto mais lágrimas rolam pelas minhas bochechas, "Se tu me amasses mesmo, já me terias contado tudo!"

As palavras saem dos meus lábios antes que o meu cérebro as possa impedir de o fazer e eu pressiono os meus lábios numa linha fina. Vejo-o a sua boca ligeiramente aberta e os seus olhos cautelosamente encontram os meus.

"Eu não te amo." O Harry engole em seco.

Sorrio ligeiramente e dou um passo lento na sua direção, os seus olhos a seguir os meus movimentos. Aproximo-me dele, com os meus braços cruzados, e estico os meus pés para ficar quase da sua altura.

Raspo os meus lábios contra os dele e sussurro, "Mente-me mais uma vez." Peço.

"Eu não te amo." Ele sussurra.

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