If you fall, I fall with you.

27 2 0
                                    

— O Nash disse que eu podia sair, está tudo bem! – Falei com a minha voz manhosa enquanto olhava pro Johnson e ele não deixava eu passar da porta do meu quarto.

— Não está tudo bem, você acabou de passar por um assalto e viu o seu amigo ser baleado. – Ele disse tranquilamente e eu franzi o cenho.

— Ok, agora o Nash é meu amigo? Migo do coração? – Falei rindo ironicamente e Johnson deu um sorriso sem mostrar os dentes.

— Eu estou falando do Kian. – Minha expressão mudou completamente quando ele disse o nome do Kian.

— Como você sabe que ele era meu amigo? – Perguntei me afastando enquanto ele cruzava os braços.

— Era? Ele morreu, por acaso?– Disse rindo e eu fechei a cara no momento em que lembrei dele sendo baleado.

— Eu não sei. – Disse calmamente. – Eu tive que fingir tranquilidade ao vê-lo no chão. – Sentei-me na cama e respirei fundo enquanto olhava pro chão. – Eu não fiz nada pra ajudá-lo. – Observei o Johnson se aproximando e se sentando ao meu lado.

— Você não tinha o que fazer, Laryssa, simplesmente aconteceu e você teve que lidar com isso, e você ainda estava em estado de choque quando te busquei. – Ele disse de explicando e eu virei o rosto, olhando em seus olhos perfeitamente azuis.

— Você não respondeu a minha pergunta. – Disse seriamente retomando o foco. – Como sabe que ele é meu amigo?

— "É?" Agora temos uma Laryssa perseverante. – Ele sorriu e eu continuei com a cara fechada, fazendo com que ele voltasse à expressão séria, o que se tornou algo engraçado, mas não ri. – Você não está aqui por acaso, Lary, sabemos de tudo da sua vida, é o mínimo que temos que saber antes de comprar alguém. – Ele deu de ombros e eu fechei a cara, voltando a olhar pro chão.

— Não precisa lembrar que eu fui vendida que nem um objeto. – Senti meu coração pulsar mais forte ao lembrar do meu pai e minha respiração começou a ficar desregulada.

— Me desculpa, não foi a minha intenção. – Escutei a voz do garoto loiro de longe e lembrei do último dia que falei com o meu pai.

— Eu passei, pai. - Disse com um sorriso no rosto enquanto ele assistia televisão na sua poltrona velha. Seus olhos estavam cansados e ele passava os canais sem dar muita importância. - Pai?

— O que foi? – Perguntou desinteressado.

— Eu passei na faculdade. – Disse sem jeito enquanto ele olhava nos meus olhos de um jeito perdido, como se não soubesse quem era.

— Não fez mais que a sua obrigação. – Voltou a atenção pra televisão e deu um gole em sua cerveja, me deixando ali totalmente sem reação.

— Meu pai não era desse jeito. – Disse olhando pras minhas mãos enquanto sentia o olhar do Johnson sobre mim. – Ele costumava brincar comigo, me incentivava a estudar e lia contos de fada pra eu dormir. – Disse pensativa. – Ele era o meu herói, minha mãe sempre foi muito ausente. – Franzi o cenho ao me lembrar do acidente. – Depois do acidente os dois mudaram, minha mãe o culpou, disse que eu podia ter morrido e foi embora, aí ele virou um monstro. – Neguei com a cabeça e olhei pro Johnson, que parecia prestar atenção a cada detalhe do meu rosto. – Por que eu to contando isso pra você? – Perguntei sorrindo. – Eu nem te conheço. – Voltei a olhar pra porta e escutei uma risada fraca do Johnson.

— Então é verdade o que o Nash falou... – Imediatamente olhei pra ele e ele olhava pra mim.

— O quê? – Perguntei ansiosa.

The TradeWhere stories live. Discover now