— Desculpe ter interrompido. – escutei a porta se abrindo e o Johnson entrando com uma expressão um pouco tímida. O olhei pelo canto do olho e voltei a me concentrar na parede muito atrativa. – Era urgente, eu tinha que falar com o Nash, e ele...
— Ele me trata que nem um objeto. – o interrompi, dando um sorriso irônico. – Eu jurei pra mim mesma que iria fazer ele rastejar, e eu que to que nem idiota sofrendo por isso. – neguei com a cabeça e notei o loirinho se aproximando, se sentando na minha frente, tirando minha visão da parede, me dando uma nova, de seus olhos extremamente azuis. – O que foi? – perguntei com a fala cansada enquanto ele parecia me analisar.
— Você não vê? – ele semicerrou os olhos e eu arqueei uma sobrancelha, tentando entender. – Você é boa demais pra ele. – ele sorriu sem jeito. – Você é boa demais pra qualquer um. – disse assentindo com a cabeça e eu franzi o cenho.
— O que te faz pensar isso? – dei uma risada irônica. – Você nem me conhece. – ele arqueou uma sobrancelha e eu revirei os olhos, assentindo com a cabeça. – Ah é, eu tinha esquecido, eu conheço vocês, vocês me conhecem, só que eu esqueci. – sorri ironicamente dando de ombros. – Às vezes eu acredito nisso, sei lá, eu lembro de umas coisas que parecem ser novas, só que é ainda confuso pra mim. – disse de cabeça baixa.
— É normal. – ele disse num tom calmo e eu levantei a cabeça, podendo ver seu sorriso.
— E o Nash? – disse desanimada.
— Teve que fazer uma viagem de alguns dias, é algo urgente. – falou seriamente.
— É aquilo do código preto? – perguntei arqueando as sobrancelhas e ele assentiu com a cabeça, me fazendo suspirar. – Eu devia ter seguido com meu plano. – pensei alto.
— Que plano? – ele perguntou se aproximando mais um pouco de mim em cima da cama.
Sorri sem jeito, fazendo-o sorrir, mas respirei fundo e decidi contar.
— Eu tenho uma amiga bi, e eu não sei ainda o que eu sou, não curto rótulos, mas eu tenho uma vontade louca de ficar com ela. – sorri sem jeito. – E eu tava a fim de fazer isso, sabe? Deixar essa tensão sexual louca que eu tenho com o Nash de lado e curtir um pouco com ela, mas aí teve aquele ensaio fotográfico – dei um suspiro longo, me lembrando do dia – e foi ali que eu me perdi. – ele assentiu com a cabeça, como se dissesse pra eu continuar. – É difícil manter o foco quando você tá tão próximo da pessoa. – percebi o Johnson vidrado na minha boca enquanto a sua estava entre aberta, ele parecia apreciar a forma que eu falava. Eu me chamo Laryssa, eu SOU Laryssa, por que não tirar vantagem disso? – Ele me agarrava com força, sabe? – disse aproximando meu rosto do seu e fazendo uma voz mais suave. – A blusa estava colada no meu corpo, eu estava toda molhada e os nossos lábios estavam tão próximos. – disse num tom triste, meio manhoso. – Ele me beijou e eu não tive como dizer não. – eu já podia sentir a sua respiração chocar-se com meu rosto enquanto seus olhos estavam praticamente fechados. – Eu não sei o que fiz de errado. – aproximei meu rosto mais ainda e eu já podia sentir a sua boca na minha, mesmo que ainda houvesse poucos centímetros nos separando.
— Você não fez nada de errado. – ele parecia estar em transe, até a sua voz saiu num tom sexy, me deixando com mais certeza do que fazer.
— Também acho. – senti a ponta do meu nariz tocar no dele e virei um pouco meu rosto, ficando a pouquíssimos centímetros de sua boca. – Mas sabe o que eu também acho? – ele apenas emitiu um som de "hm" enquanto eu sentia sua respiração na minha pele. – Você está sendo um péssimo amigo, ele que viu primeiro, certo? – disse sorrindo e imaginei que ele se tocasse do que estava fazendo, logo depois se levantando e indo embora, mas não foi o que ele fez.
YOU ARE READING
The Trade
FanfictionLary não achou que seu pai fosse chegar ao ponto de vendê-la para conseguir pagar as suas dívidas com o traficante Grier, mas ele teve que fazer isso pra sustentar o seu vício, e logo na época em que ela acreditava que ia mudar de vida indo para a u...