Capítulo 14

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-Bárbara

Só deu tempo de berrar um haha e entrar antes que a minha passagem fosse barrada novamente.

- Elevador ou escadas Bárbara? - Carlos.

- Escadas, tenho trauma de elevador. - Digo me direcionando para o corredor da escada, logo que chego paro e observo o quão grande é.

- Tem certeza? Eu vou no elevador com você. - Carlos.

- Tenho sim, muito obrigada. - E começo subir os degraus me fazendo inúmeras perguntas. - Por que será que a Brena saiu? Pra onde ia? E porquê ia? Por que não podia aceitar ir com Léo? Onde ela estava com a cabeça em, ela sabe muito bem que não pode andar muito, por tempo contínuo então, nem se fala. Paro de formar hipóteses em minha cabeça assim que chego em frente à porta. Abro a mesma e vejo ela em cima da cama, com alguns aparelhos ligados ao seu corpo e me permito algumas lágrimas escorerem pelo rosto.

- Brena? - A chamo ao chegar perto, mas não tenho retorno. - Brena?

- Estou acordada maninha. - Diz ela sem abrir os olhos.

- Como você está? - Nossa Bárbara, que pergunta idiota, pra uma pessoa estar em uma cama de hospital, ela não está bem né -_- .

- Estou indo.

- Indo pra onde? Volte aqui 'muier'.

Ela solta um sorriso. - Não estou indo para lugar nenhum Babi, estou indo de estar bem. - Diz ela o óbvio.

- Eu queria ouvir você sorrir. Indo, você não vai tão cedo, tem que cuidar de mim. - Digo abrindo um sorriso e deixando uma lágrima escorrer.

- Temos que cuidar uma da outra.

- Isso. - Logo ficamos em silêncio.

- Olá. - Ouço alguém dizer, me viro e vejo que é uma enfermeira.

- Olá, aan... - Olho seu nome no crachá. - Suzan.

- O doutor pediu para avisar que deseja falar com você. E eu vim ver como estava a Brena. - Disse se aproximando.

- Tudo bem. - Me levanto e me afasto um pouco. - Poderia me dizer qual é a sala que está o Doutor?

- Ah sim, me desculpe, acabei esquecendo. Ele está na sala ao lado.

- Ok, obrigada. - Fui saindo do quarto.

- Você é irmã dela? - Suzan.

- Sim. - Volto e respondo.

- Sortuda você. Ela é uma menina de Ouro. - Suzan.

- Sim, ela é. - E saio do quarto sorrindo pelo jeito que ela falou da Brena, não sem antes dizer um. - Cuide bem dela por favor.

Chego na sala e bato na porta.

- Entre.

- Olá, boa noite Doutor.

- Boa noite, prazer sou o Doutor Júlio Oliveira.

- Bárbara James.

- Sente-se por favor. - Júlio. Me sento em uma das cadeiras em sua frente.

- Você é irmã da Brena, correto?

- Correto.

- Tem consciência do câncer?

- Total não, sei que é um tipo muito raro de câncer nos pulmões, e que o aparelho que fica com ela é para auxiliar na respiração.

- Digamos, que você saiba o básico então.

- Podemos afirmar que sim. - Em que ponto o senhor quer chegar? Preciso estar todo instante possível por perto da Brena.

- Em ponto nenhum pois eu já estou nele, e será que você estando por perto, conseguiria evitar alguma coisa?

- Prossiga então por favor, gosto que as pessoas vão direto ao ponto. - Digo o encarando e ignorando sua pergunta. - Principalmente quando se trata de uma vida.

- Ok. - Diz ele se levantando e começando a andar pela sala. - A sua irmã é uma menina de Ouro.

- Doutor, deixa eu lhe dizer uma coisa, não me diga coisas que eu já sei, não fique rodeando para dizer algo, entra no ponto que o senhor quer logo, por favor.

- O Doutor aqui sou eu Senhorita James, ou estou errado?

- O Doutor é o senhor, correto, e o paciente digamos que sou eu. Você vai esperar uma pessoa morrer para dizer um diagnóstico que já poderia ter dito, sendo que tal coisa poderia ter sido evitada?

- Não a chamei aqui pra dar um diagnóstico, até porquê já temos um, a chamei aqui pois precisava lhe dizer algo importante. Sobre o tempo de vida que tínhamos estimado para a Brena... precisava lhe dizer que ele foi diminuído, devido ao desmaio.

Pulsar do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora