-Bárbara
Só deu tempo de berrar um haha e entrar antes que a minha passagem fosse barrada novamente.
- Elevador ou escadas Bárbara? - Carlos.
- Escadas, tenho trauma de elevador. - Digo me direcionando para o corredor da escada, logo que chego paro e observo o quão grande é.
- Tem certeza? Eu vou no elevador com você. - Carlos.
- Tenho sim, muito obrigada. - E começo subir os degraus me fazendo inúmeras perguntas. - Por que será que a Brena saiu? Pra onde ia? E porquê ia? Por que não podia aceitar ir com Léo? Onde ela estava com a cabeça em, ela sabe muito bem que não pode andar muito, por tempo contínuo então, nem se fala. Paro de formar hipóteses em minha cabeça assim que chego em frente à porta. Abro a mesma e vejo ela em cima da cama, com alguns aparelhos ligados ao seu corpo e me permito algumas lágrimas escorerem pelo rosto.
- Brena? - A chamo ao chegar perto, mas não tenho retorno. - Brena?
- Estou acordada maninha. - Diz ela sem abrir os olhos.
- Como você está? - Nossa Bárbara, que pergunta idiota, pra uma pessoa estar em uma cama de hospital, ela não está bem né -_- .
- Estou indo.
- Indo pra onde? Volte aqui 'muier'.
Ela solta um sorriso. - Não estou indo para lugar nenhum Babi, estou indo de estar bem. - Diz ela o óbvio.
- Eu queria ouvir você sorrir. Indo, você não vai tão cedo, tem que cuidar de mim. - Digo abrindo um sorriso e deixando uma lágrima escorrer.
- Temos que cuidar uma da outra.
- Isso. - Logo ficamos em silêncio.
- Olá. - Ouço alguém dizer, me viro e vejo que é uma enfermeira.
- Olá, aan... - Olho seu nome no crachá. - Suzan.
- O doutor pediu para avisar que deseja falar com você. E eu vim ver como estava a Brena. - Disse se aproximando.
- Tudo bem. - Me levanto e me afasto um pouco. - Poderia me dizer qual é a sala que está o Doutor?
- Ah sim, me desculpe, acabei esquecendo. Ele está na sala ao lado.
- Ok, obrigada. - Fui saindo do quarto.
- Você é irmã dela? - Suzan.
- Sim. - Volto e respondo.
- Sortuda você. Ela é uma menina de Ouro. - Suzan.
- Sim, ela é. - E saio do quarto sorrindo pelo jeito que ela falou da Brena, não sem antes dizer um. - Cuide bem dela por favor.
Chego na sala e bato na porta.
- Entre.
- Olá, boa noite Doutor.
- Boa noite, prazer sou o Doutor Júlio Oliveira.
- Bárbara James.
- Sente-se por favor. - Júlio. Me sento em uma das cadeiras em sua frente.
- Você é irmã da Brena, correto?
- Correto.
- Tem consciência do câncer?
- Total não, sei que é um tipo muito raro de câncer nos pulmões, e que o aparelho que fica com ela é para auxiliar na respiração.
- Digamos, que você saiba o básico então.
- Podemos afirmar que sim. - Em que ponto o senhor quer chegar? Preciso estar todo instante possível por perto da Brena.
- Em ponto nenhum pois eu já estou nele, e será que você estando por perto, conseguiria evitar alguma coisa?
- Prossiga então por favor, gosto que as pessoas vão direto ao ponto. - Digo o encarando e ignorando sua pergunta. - Principalmente quando se trata de uma vida.
- Ok. - Diz ele se levantando e começando a andar pela sala. - A sua irmã é uma menina de Ouro.
- Doutor, deixa eu lhe dizer uma coisa, não me diga coisas que eu já sei, não fique rodeando para dizer algo, entra no ponto que o senhor quer logo, por favor.
- O Doutor aqui sou eu Senhorita James, ou estou errado?
- O Doutor é o senhor, correto, e o paciente digamos que sou eu. Você vai esperar uma pessoa morrer para dizer um diagnóstico que já poderia ter dito, sendo que tal coisa poderia ter sido evitada?
- Não a chamei aqui pra dar um diagnóstico, até porquê já temos um, a chamei aqui pois precisava lhe dizer algo importante. Sobre o tempo de vida que tínhamos estimado para a Brena... precisava lhe dizer que ele foi diminuído, devido ao desmaio.
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Pulsar do coração
Teen FictionÁs vezes, quando estamos no fundo mais profundo de um poço emocional e social, a vida resolve nos ajudar. Talvez enviando pessoas para nos socorrerem, ou até mesmo, enviando pessoas para que nós possamos socorrer. Uma história com mistura de romance...