Pulsar do coração

Capítulo 27

                   - Bárbara

Chego no hospital e tenho passagem direta. Melhor, pois assim não preciso ter uma certa discussão com a recepcionista, se bem que eu não vi mais ela por aqui nesses dias.

Chego no quarto e entro sem demora.

- Boa noite Brena. - Digo sentando na cadeira ao lado de sua cama e pegando em sua mão. - Se você estiver me ouvindo aperte a minha mão. - Digo e não obtenho resposta. - Será que você não está me ouvindo ou não consegue apertar a minha mão? Torço para que seja a segunda alternativa. - Digo olhando para a parede e logo ficando um tempo em silêncio. - Eu não estou aguentando mais. - Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto. - Parece que eu estou aguentando não é mesmo? Mas só parece. Eu estou sorrindo o dia todo, mas quando chega na parte da noite eu choro, choro e choro muito. - Digo já soluçando devido ao choro. - Eu preciso de você Brena. Eu estou confusa, eu preciso de você para me fazer sorrir, com suas graças sem fim, eu preciso de você maninha. Sabe, os meus pensamentos voltaram me perturbar, minha mente cria imagens de coisas acontecendo, coisas terríveis. Já se viu morrer? - pausa. - Eu me vi, vi de várias formas. Eu preciso que você acorde, eu não sei se você está me ouvindo mas eu vou contar uma coisa para você. - Paro um pouco pra pensar. - No tempo em que eu não sabia de você, a minha vida era de casa para a escola, da escola para casa, ás vezes até que ia no parquinho, mas já estava parando de fazer isso, afinal não tinha mais nenhum motivos. Quando você chegou, você me animou totalmente, sabe quando algo em você reacende completamente? Foi assim. Foi algo bem impressionante, é como se eu estivesse voltando para a vida, que parece que eu já não tinha, mas ela sempre esteve ali. Estava tão tal, que, ao eu acordar era como se eu estivesse me matando. Eu nunca me cortei, por medo. Mas também nunca tentei um suicídio por saber que iria deixar algumas pessoas tristes. E olha, eu teria me arrependido seriamente. Hoje eu me arrependo até de ter pensado em um. - pausa. - Não teria conhecido você, o Thiago, o Lucas, dona Sônia, até mesmo o Caio. Olha, o tanto de coisas que eu teria perdido. Acorde maninha, acorde por favor, sei que pode ser difícil, mas saiba que estamos aqui. Ao seu lado, te aguardando. - Digo e me levanto para ir até a janela.

Estava observando o céu, como estava lindo, uma lua perfeita, mesmo que várias nuvens escuras, meio que tentando interferir em seu brilho, ao ela passar, lá estava ela. Em um perfeito tom amarelado, e com lindas estrelas ao seu redor. Logo me pego tentando formar constelações, afinal, nunca consegui formar nenhuma mas...

Sou interrompida por um barulho de uma tosse.

- Onde estou? Quem é você? - XXX.