Capítulo 23

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                   - Bárbara

Terminaram-se os horários de aula e eu já estava entrando no carro, até que alguém me chama.

- Bárbara? - Caio.

- An? - Digo sem entender o motivo de ele ter me chamado.

- Vai embora sem me dar tchau? - Diz Caio se aproximando.

- E por acaso isso vai mudar alguma coisa?

- Vai. Você vai ter me dado tchau.

- Ih, pelo amor né. - pausa. - Fui. - Digo entrando no carro e deixando ele falar sozinho.

- Quem era? - Pergunta Lucas olhando da janela.

- Um alguém ai. - Digo dando de ombros.

Olho pra Lucas e ele me encara por um tempo.

- Que foi? - Pergunto arqueiando minha sobrancelha.

- Nada.

- Aah.

Logo chegamos em casa, nos despedimos um do outro e cada um foi para sua casa.

- Olá Maria. - Digo entrando na cozinha. - Vai vim uma pessoa fazer o trabalho de português aqui em casa.

- Vou preparar um bolo. - pausa. - Vai visitar a Brena hoje?

- Vou sim.

- Ok. O almoço já está servido.

- Vamos almoçar então. - pausa. - Todos juntos. - Digo abrindo um sorriso.

Almoçamos no clima família, fiquei com uma vontade enorme de ter a Brena ali no meio. Ela com muita certeza teria feito todos darem mais risadas.

- Bárbara, acho que a tal pessoa chegou. - Ouço Maria dizer do andar de baixo.

- Já vou. - pausa. - Oi Caio. - Digo abrindo o portão.

- Oi Bárbara. - Diz ele entrando.

- Então. Vamos começar. - Digo pegando meu caderno.

- Você faz a introdução do trabalho e a parte escrita, ou prefere fazer os desenhos?

- A escrita.

Logo ficamos um bom tempo em silêncio, mas não demorou muito pra ele ser quebrado.

- Cadê seus pais? - Caio.

- Morreram. - Digo olhando para o trabalho.

- Meus sentimentos. - pausa. - Tem irmãos?

- Só uma. - Digo ainda olhando para o trabalho.

- Cadê ela?

- Está no hospital. - pausa. - Em coma.

- Tem pelo menos namorado?

- Não. - Digo o encarando.

- Não será por muito tempo. - pausa. - Eu também não tenho. Então vamos rever a situação. Eu você, você e eu.

- Bom pra você. Mas no caso seria, eu e parte escrita, você e os desenhos. - Digo cortando o assunto.

- Sei que gostou da ideia.

- Claro. Amei. Você terminando esse dever, sim. É uma ideia maravilhosa.

Logo terminamos o trabalho em total silêncio.

- O bolo está pronto. - Diz Maria entrando na sala.

- Ele não vai comer. - Digo o encarando. - Tchau Caio. - Vejo que ele me olha sem entender, mas não diz nada, apenas vai.

- Por que não deixou ele comer Bárbara? - Pergunta Maria cruzando os braços.

- Ele não queria. - Digo subindo as escadas para guardar minhas coisas.

- Ele não queria, ou você que não queria deixar?

- Ah Maria. - pausa. - Você
entendeu.

Olho meu celular e vejo que tenho novas mensagens.

Thiago: Ei.
Thiago: Vai visitar a Brena hj?
Eu: Oi.
Eu: Vou sim.
Thiago: Hoje eu posso entrar pra falar com ela?
Eu: Pode.
Thiago: Tá bom. Até mais tarde.
Eu: Até.

Olho e vejo que tem mensagem de um número desconhecido. Olho o perfil e vejo que é o Caio. Prefiro não responder.

Tomo um banho e resolvo dormir um pouco.

Eu só escutava vozes. Parecia que eu estava correndo.

- Não é o que você está pensando Babi. Eu te amo. - Caio.

- Eu tentei te ajudar Bárbara. Mas você nunca queria me escutar. - Thiago.

- Ajudar com o que? - pausa. - Cuide de sua vida. - Caio.

- Eu estou cuidando. - pausa. - Ela é a minha vida. - Thiago.

- Não! - Acordo no susto.

Pulsar do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora