- Bárbara
Terminaram-se os horários de aula e eu já estava entrando no carro, até que alguém me chama.
- Bárbara? - Caio.
- An? - Digo sem entender o motivo de ele ter me chamado.
- Vai embora sem me dar tchau? - Diz Caio se aproximando.
- E por acaso isso vai mudar alguma coisa?
- Vai. Você vai ter me dado tchau.
- Ih, pelo amor né. - pausa. - Fui. - Digo entrando no carro e deixando ele falar sozinho.
- Quem era? - Pergunta Lucas olhando da janela.
- Um alguém ai. - Digo dando de ombros.
Olho pra Lucas e ele me encara por um tempo.
- Que foi? - Pergunto arqueiando minha sobrancelha.
- Nada.
- Aah.
Logo chegamos em casa, nos despedimos um do outro e cada um foi para sua casa.
- Olá Maria. - Digo entrando na cozinha. - Vai vim uma pessoa fazer o trabalho de português aqui em casa.
- Vou preparar um bolo. - pausa. - Vai visitar a Brena hoje?
- Vou sim.
- Ok. O almoço já está servido.
- Vamos almoçar então. - pausa. - Todos juntos. - Digo abrindo um sorriso.
Almoçamos no clima família, fiquei com uma vontade enorme de ter a Brena ali no meio. Ela com muita certeza teria feito todos darem mais risadas.
- Bárbara, acho que a tal pessoa chegou. - Ouço Maria dizer do andar de baixo.
- Já vou. - pausa. - Oi Caio. - Digo abrindo o portão.
- Oi Bárbara. - Diz ele entrando.
- Então. Vamos começar. - Digo pegando meu caderno.
- Você faz a introdução do trabalho e a parte escrita, ou prefere fazer os desenhos?
- A escrita.
Logo ficamos um bom tempo em silêncio, mas não demorou muito pra ele ser quebrado.
- Cadê seus pais? - Caio.
- Morreram. - Digo olhando para o trabalho.
- Meus sentimentos. - pausa. - Tem irmãos?
- Só uma. - Digo ainda olhando para o trabalho.
- Cadê ela?
- Está no hospital. - pausa. - Em coma.
- Tem pelo menos namorado?
- Não. - Digo o encarando.
- Não será por muito tempo. - pausa. - Eu também não tenho. Então vamos rever a situação. Eu você, você e eu.
- Bom pra você. Mas no caso seria, eu e parte escrita, você e os desenhos. - Digo cortando o assunto.
- Sei que gostou da ideia.
- Claro. Amei. Você terminando esse dever, sim. É uma ideia maravilhosa.
Logo terminamos o trabalho em total silêncio.
- O bolo está pronto. - Diz Maria entrando na sala.
- Ele não vai comer. - Digo o encarando. - Tchau Caio. - Vejo que ele me olha sem entender, mas não diz nada, apenas vai.
- Por que não deixou ele comer Bárbara? - Pergunta Maria cruzando os braços.
- Ele não queria. - Digo subindo as escadas para guardar minhas coisas.
- Ele não queria, ou você que não queria deixar?
- Ah Maria. - pausa. - Você
entendeu.Olho meu celular e vejo que tenho novas mensagens.
Thiago: Ei.
Thiago: Vai visitar a Brena hj?
Eu: Oi.
Eu: Vou sim.
Thiago: Hoje eu posso entrar pra falar com ela?
Eu: Pode.
Thiago: Tá bom. Até mais tarde.
Eu: Até.Olho e vejo que tem mensagem de um número desconhecido. Olho o perfil e vejo que é o Caio. Prefiro não responder.
Tomo um banho e resolvo dormir um pouco.
Eu só escutava vozes. Parecia que eu estava correndo.
- Não é o que você está pensando Babi. Eu te amo. - Caio.
- Eu tentei te ajudar Bárbara. Mas você nunca queria me escutar. - Thiago.
- Ajudar com o que? - pausa. - Cuide de sua vida. - Caio.
- Eu estou cuidando. - pausa. - Ela é a minha vida. - Thiago.
- Não! - Acordo no susto.
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Pulsar do coração
Teen FictionÁs vezes, quando estamos no fundo mais profundo de um poço emocional e social, a vida resolve nos ajudar. Talvez enviando pessoas para nos socorrerem, ou até mesmo, enviando pessoas para que nós possamos socorrer. Uma história com mistura de romance...