Capítulo 16

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  - Adeus! - Digo e acelero meus passos.

                    - Bárbara

É sempre assim, quando as coisas estão se saindo bem, algo vem. Enquanto anda pelas ruas da cidade, ouço som de trovadas.

- Como se não bastasse tudo isso, agora ainda vai chover. Eu mereço. - Digo para mim mesma.

- Boa noite minha jovem. - Diz uma senhora assim que passa por mim. - Uma boa chuva vem ai e essa vai ser das fortes.

- Boa. - Digo sem o menor ânimo. - Como assim boa chuva? Pode te deixar com um sério resfriado.

- Não tem resfriado não minha menina. Hoje eu me preparei para dançar na chuva.

- Dançar!? Na chuva? A senhora não pode estar bem. Isso é um risco, pode deixar a senhora com um resfriado sério. - Digo preocupada.

- Pelo contrário, estou mais que bem, você é que não parece estar, dançar na chuva é vida. - Diz ela entusiasmada. - A vida é um contrato de riscos menina.

- Eu estou bem sim. - Digo esbanjando um sorriso. - O que a senhora sente quando dança na chuva? Você fala com um amor tão grande, que parece ser bom.

- É como se lavasse a alma. É como se tirasse um peso das costas. É uma coisa inexplicável.
- Diz ela sorrindo. - Você nunca dançou na chuva?

- Não!

- Meu Deus. - Diz ela como se estivesse assustada. - Eu li em um certo lugar que antes de morrer devemos fazer várias coisas, como assistir o pôr do Sol pelo menos uma vez, colecionar algo que gostamose dentre outros. Mas principalmente acho que todos deveríamos fazer quatro coisas.

- A senhora já as fez?

- Todas não. E são elas, crie memórias, dance na chuva, faça sua própria música e todos os dias, traga alegria para as pessoas.

- Já falhei miseravelmente em relação a última.

- Claro que não. Muitas pessoas são felizes em somente ter te conhecido, e essa quantidade é contando comigo.

- Aah, obrigada. Qual o seu nome?

- Sônia. E o seu?

- Bárbara, mas pode me chamar de Babi. É nova por aqui?

- Sim sim. Vim de São Paulo, gosto de conhecer novos lugares e dessa vez opitei pelo Rio de Janeiro.

- Que bom. - Digo e ouço passos de alguém se aproximando.

- Bárbara? Está tarde, e vai chover, eu te dou carona, mesmo você não querendo falar comigo. - Reconheço a voz de Thiago.

- Não. - Digo mas sou interrompida pelo som de um trovão e logo após uma maravilhosa chuva cai. - Eu não vou embora agora, e acho que você não vai querer me deixar entrar no seu carro.

- E porque não?

- Hoje é dia de lavar a alma Thiago.

- An?

- Vamos dançar na chuva...

              

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