Capítulo I

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Olá!

Querido Leitor,

Senti-me na obrigação de alertá-lo que alguns capítulos são mais longos que outros, embora nenhum seja realmente grande. Pode parecer estranho, mas é porque a narrativa não foi subdividida em capítulos, mas, em partes. É uma história que não foi planejada para tornar-se longa demais.

Fico feliz por você ter cogitado que esse livro seria interessante de se ler. Escrevi essa história com todo o meu coração. Como eu disse na descrição, ela nasceu de um sonho do qual eu não me lembrava. Acredito que o que ficou do sonho foi a mais pura inspiração. Eu ainda era adolescente quando escrevi isso. Só agora criei coragem de publicar.

Deixe a sua impressão nos comentários. Se te fez rir ou se emocionar, diga-me, pois gostaria de sabê-lo.

Cumprimentos cordiais,

A autora.

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Era uma vez, num tempo qualquer, não importa se passado, presente ou futuro, um rei viveu feliz com a sua rainha. Mas, nem sempre o tempo qualquer a que me refiro foi tempo de alegria, nem, contudo, continuou a ser.

Tal fato se deve às circunstâncias às quais a felicidade fora alcançada. Viajemos no tempo para que o fato venha a ser conhecido.

Vivia numa aldeia uma doce garotinha que conhecia os segredos da magia. Sua família era muito pobre e de moral duvidosa. Nessa época, a magia era passada oralmente, de geração a geração, ou por meio dos livros, que eram escassos, assim como quem podia decifrá-los.

Os pais de Roxana tentaram fixar-lhe ideias distorcidas e dentre elas, a de que só o poder e a riqueza eram virtudes, que todos os homens agem em nome da ambição e que qualquer coração poderia ser corrompido. Contudo, a jovem menina esperava que existisse algo mais no mundo, algo que seus pais não conheciam e valeria a pena buscar.

Roxana, neste momento, olhava para uma flor branca, perdida entre sonhos de um coração capaz de amar sinceramente, mesmo não conhecendo tal sentimento. O que havia entre seus pais era apenas conveniência. Sua mãe saíra do campo para se casar com o pobre rapaz aldeão, na expectativa de mudar de vida. Suas personalidades assemelhavam-se aos ratos das histórias infantis: bajuladores notáveis, fracos e destituídos de qualquer boa intenção. Pessoas que jamais teriam a minha estima.

Uma anciã muito respeitada em toda a aldeia passava por aquele caminho. Como muitas das mulheres daquele tempo indefinível, ela possuía uma magia que se resumia a profetizar. Parou e, com espanto, pôs-se a ouvir o que dizia o vento, ler o que estava nas nuvens e sentir as vibrações da terra. Disse, então, a Roxana, sem dirigir-se a ela:

- Filha de corações pérfidos,

Fuja da casa paterna,

Sem para trás olhar.

Não pese em seu coração remorso

E vá teu amor encontrar.

Cavalgue pelo mundo e não pare,

Pois, se aqui ficar,

Seu túmulo há de cedo cavar.

Sele seu cavalo

E vá o mundo desbravar.

Um futuro feliz e sombrio há de chegar.

Mas, há uma missão

Para seu valoroso coração:

Salve o rei!

Salve o rei!

Salve o rei!

Salve o reino da ruína que o espreita.

Use sua magia em nome do amor.

Não diga a ninguém pelo caminho

Quem és de verdade.

Lembre-se que existe muita maldade.

A Filha da SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora