Capítulo XIII

138 47 137
                                    

Horas depois, ao cair da noite, acordou. O céu estava cheio de estrelas. Roxana olhou com grande esperança e dirigiu a ele suas palavras:

- Conceda a mim

Meu pedido,

Quando o fizer enfim.

Ouça meu apelo com atenção

E não duvide da minha boa intenção.

Que o firmamento

Seja testemunha neste julgamento

Se nesse momento

Sou digna ou indigna

De me fazer ouvir...

Roxana calou-se, o vento a acariciou e depois cessou. Toda a natureza estava estática.

- O vento é triste

Pelas palavras que carrega

Que a mim são destinadas

Para fazer-me sofrer.

Sabe a lua que não sou culpada

Sabe que nunca estive para o mal.

Faço meu pedido,

De carregar no ventre um filho

Fruto de amor verdadeiro

Que será do trono herdeiro.

********************************************************************

A rainha retornou para o castelo. O rei já adormecia. Abraçou-o com afeto e ele despertou. Envolveu-a nos seus braços e sorveu o doce cheiro dos seus cabelos.

Jorge levantou-se e a puxou para si. Desatou o laço do manto que a envolvia e Roxana desabotoou a túnica do rei. Deitou-se na cama e o acomodou em seu regaço. Só adormeceram quando o primeiro raio de sol despontou no horizonte.

A Filha da SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora