Capítulo XII

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No sétimo ano de reinado, Roxana estava melancólica e penteava seus longos cabelos diante de um enorme espelho. Jorge chegou ao seu lado, beijou-lhe a face e perguntou-lhe:

- Por que chora, meu amor? Algo a aflige? Acaso não a faço mais feliz?

- Ainda não concebi um filho nosso. Todo o povo espera pelo herdeiro. Não sei o que há comigo. Talvez precise encontrar outra rainha.

- Roxana, nunca tal pensamento perpassou-me a mente. Nunca tal fato se faria acontecer, porque a amo e jamais conseguiria amar a outra dessa forma.

- Mas, é seu dever para com o povo educar um herdeiro de sangue real e digno de governar. – Disse Roxana.

- Adotemos um de meus primos. Você é a única mulher possuidora do direito de ocupar o trono e o meu coração.

Na manhã seguinte, as palavras de uma antiga profecia voltaram à mente da rainha: Use sua magia em nome do amor.

Roxana sabia, por experiência própria, o quão eram indignos os parentes de Jorge. Não supunha que fossem passivos de correção.

À tarde, comunicou a Jorge o que faria e o rei não se opôs. Desacompanhada, ela disfarçou-se de serviçal e caminhou até a mata, embrenhando-se. Chegou a uma linda clareira, onde nasciam flores brancas por todos os lados.

O vento soprava tristemente e a tudo que acariciava tornava igualmente triste. Roxana deitou-se no chão e adormeceu.

A Filha da SolidãoOnde histórias criam vida. Descubra agora