Capítulo 2

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Terminei de arrumar minhas coisas e alguns homens entraram em meu apartamento pegando o que era meu e carregando para fora, vi o senhor Henry entrar e me sinalizar para continuar o que fazia. Peguei uma mochila, uma nécessaire e minha bolsa em particular. Nessas três coisas estavam o que eu tinha de mais precioso e necessário para viver em outro lugar pelo menos ate eu tomar coragem de desembalar as minhas coisas na casa de Ji Sook Cheong, eu nem se quer sabia como iria o tratar ao conhecê-lo. Será que ele sabia dessa loucura do pai? Será que ele vai me tratar bem? Tantas coisas passavam por minha cabeça e o medo de ser expulsa e ficar sem nem um centavo para viver.

- não se preocupe mesmo que não de certo e que meu filho não a queira por lá eu lhe darei o dinheiro. Você apenas vai cumprir a sua parte enquanto eu tentarei convencer meu filho a cumprir com a dele. Agora se já pegou tudo vamos. – pediu, assenti e o segui para dentro daquele carro grande e bonito, nunca me imaginei andar em um carro assim e ainda me sentir como uma pessoa rica e importante.

- isso tudo é estranho, realmente eu não sei se seu filho vai me aceitar lá. Eu nem ao menos sou bonita como poderia ele se interessar por mim? – perguntei desviando o olhar.

- com todo o respeito mais você é muito bonita, além do mais o seu caráter e modo de agir é o que me fez lhe propor isso. Não quero uma mulher que vá seduzir meu filho para ficar com todo o seu dinheiro, quero uma mulher que esteja disposta a ajuda-lo e sair beneficiada ao mesmo tempo. – respondeu.

- não se preocupe senhor, eu não planejo dar um golpe ou coisa do tipo. O senhor esta disposto a realizar meu sonho então não haverá problema para mim em ajudar seu filho se eu puder o fazer. – respondi sorrindo, depois destas poucas palavras não falamos mais nada. Alguns minutos depois vi o carro passar por um portão realmente grande e a frente uma mansão realmente linda vermelhar.

- esta será a sua casa a partir de hoje e para os próximos cem dias. – disse o senhor Henry me fazendo olha-lo.

- mesmo morando aqui eu poderei sair e fazer o que quiser não é? Principalmente terminar meu curso de bolos. – perguntei o olhando.

- é claro, só deverá manter a imagem de que esta casada com meu filho e de que é fiel. Fora isso poderá fazer o que desejar desde que não afete a imagem da família. – respondeu.

- hm. – apenas disse, entramos na mansão e pude ver vários quadros e fotos da família. Ji Sook Cheong parecia um gato em todas elas mesmo que pareça tão formal, caminhando pela sala pude notar mais como ele deveria se sentir, era tão silencio e... Solitário.

- meu filho passa muito tempo trancado no quarto ou no escritório, vou falar com ele e amanha vocês poderão se conhecer. – disse senhor Henry, assenti.

- senhor onde será meu quarto? – perguntei e uma senhora apareceu me olhando sorrindo.

- eu irei mostrar-lhe o quarto senhorita, por favor, me acompanhe. – pediu educadamente, assenti e a segui escada a cima. Ate mesmo nos corredores a decoração era um pouco antiga e detalhada deixando aquele lugar ainda mais belo, a senhora parou em frente a uma porta e me sorriu. – esta noite a senhorita dormirá aqui, mas amanha suas coisas serão levadas para o quarto do senhor Ji Sook. – disse a senhora, talvez eu tivesse de fingir ate para os empregados de que estava em um relacionamento de verdade com ele.

- tudo bem, obrigada. – respondi e entrei no quarto, aquela cama gigante no centro parecia gritar para que eu me jogasse nela. Em questão de segundos me joguei naquela cama e sorri como boba. – acho que hoje será o primeiro dia em que me sinto realmente feliz. – disse dando uma risada me ajeitei na cama e logo acabei adormecendo.

Acordei tendo a sensação de estar sendo observada e por isso não abri os olhos de imediato, fiquei fingindo esta dormindo por mais um tempo e mesmo assim não ouvi barulho algum. Abri os olhos e me sentei na cama dando de cara com um homem bonito que ao me ver acordada caiu no chão e se levantou correndo para a porta.

- Ya! – gritei o fazendo parar onde estava sem abrir a porta direito. – você fica me observando dormir e agora sai correndo como se tivesse visto um fantasma. O que diabos você tem e quem é você? – perguntei me levantando da cama.

- e-eu sou Ji Sook. – disse gaguejando sem me olhar, foi como um estalo na minha cabeça.

- a você é o meu marido de mentira. Prazer em conhecê-lo me chamo Angelike e, por favor, não me observe dormir outra vez, isso é estranho. – disse me aproximando dele, toquei em seu ombro e o senti tremer. – olha você não precisa me tratar como uma estranha ou a mulher a qual você esta tendo um relacionamento. Pode me tratar como uma amiga, vamos viver juntos por cem dias acredito que seja a melhor maneira. – disse o fazendo virar e me encarar um pouco envergonhado, mesmo assim ele era lindo.

- e-eu nunca tive amigas. – respondeu abaixando a cabeça suspirei.

- olha o que acha de tomarmos café juntos e conversarmos como pessoas normais? Você pode falar comigo como fala com a sua irmã. Ouvi dizer que você tem uma não é? – perguntei e ele assentiu. – então nos vemos no café, eu vou me arrumar e nos vemos daqui a pouco. – sorri e me afastei dele indo ate minha mochila pegando algumas coisas para um bom banho.

- você não me acha um idiota por ser tão tímido? – perguntou baixo, sorri me erguendo com minhas coisas.

- na verdade estou achando fofo. Nunca conheci um homem que fosse tão tímido e bonito como você, acho que vamos nos dar muito bem nesse tempo em que ficaremos juntos. – respondi entrando no banheiro, por que ele se acharia um idiota? Um homem tímido também é bom, pelo menos ele não vai tentar me agarrar do nada e poderei conversar com ele como se não estivéssemos fingindo nada apenas agindo como um casal tímido.

Tomei um banho bem demorado e em seguida coloquei um vestido escuro, uma das minhas cores preferidas era o preto então me sentia a vontade com vestidos e roupas assim. Escovei os dentes e dei uma arrumada no cabelo ate por que eu deveria ficar mais apresentável para Ji Sook me ver e não a maluca que o pegou no flagra me observando dormir. Terminei de me arrumar e desci seguindo o cheiro gostoso do café. Entre na cozinha e o vi sentado se servindo sorri e me sentei a seu lado atraindo sua atenção.

- acredito que agora poderemos nos conhecer melhor não é? – perguntei sorrindo e me servindo de café e de uma torrada.

- e-eu não sei como falar com você, me sinto estranho. – respondeu.

- apenas me trate normalmente, eu não sou nenhum monstro. Sou uma pessoa normal que esta curiosa sobre você e do por que se tornou tão tímido a ponto de não ter uma namorada ainda mais sendo tão bonito. – disse um pouco vermelha, eu nunca era tão direta assim com os homens o que se passa comigo afinal?
- para mim você parece uma pessoa assustadora. – resmungou o olhei deixando cair minha torrada sobre o prato.

- assustadora? Eu sou assustadora? Por quê? Sou tão feia assim? Falo demais? Por que eu sou assustadora? – perguntei um pouco exaltada.

- é só que você é mulher... Não quis ofende-la eu só não levo jeito com mulheres e acho isso assustador. – respondeu rapidamente.

- sei... – respondi suspirando, terminei de comer e me levantei. – sendo assim a mulher assustadora vai se retirar e dar sentido a própria vida. Com licença. – disse o deixando para trás.

Como ele pode me achar assustadora? Eu não sou uma mulher tão feia, eu sei que preciso parar de usar tantas roupas pretas mais realmente ele precisa me chamar de assustadora? Se ele sempre agir assim não poderemos conviver de forma pacifica e paciente, eu só estou tentando ajudar a melhorar a imagem dele e no fim a minha recompensa é essa. Mas pelo menos a casa dele fica em um lugar bom para que eu possa procurar onde irei comprar para montar meu restaurante e talvez seja bom encontrar minha mãe, faz tempo que não a vejo ou falo com ela que já deve estar preocupada comigo.

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