Bolada

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Depois de sairmos da praia fomos tomar um lanche e admirar o por do sol, que aqui nessa cidade é espetacular.

Logo em seguida Jamille me acompanhou até em casa empolgada com o ótimo dia que tivemos.

Ela sorria e provocava enquanto relembrava os momentos de hoje, dos mais bobos aos mais estranhos.

- Talvez você não esteja tão errada assim, sair em grupo nem sempre é tão ruim. - falar isso em voz alta foi um desafio devo admitir.

- Megan, as pessoas não são tão ruins como você sempre disse. Elas querem ser boas, mas muitas vezes a própria sociedade não permite. Mas de vez em quando, você consegue encontrar pessoas legais, em momentos bons, quando elas conseguem ser elas mesmas podem ajudar a criar bons momentos, que trarão lembranças felizes futuramente.

É uma pena que a maioria da população não consegue entender como são melhores quando mostram o seu verdadeira ser

-Talvez você esteja certa, mas também existem pessoas que mudam repentinamente, e causam um grande mal... -por algum motivo não consegui e evitar de pensar na Alexia ao dizer

- Ou um grande bem - ela completou - eu por exemplo, consegui mudar para melhor, não sou mais aquela garota fútil e dissimulada que implicava com você a uns anos atrás.

- É. Por que você fazia isso? ... o que eu fiz para você?

- Bom, talvez você nunca tivesse feito nada, eu não sei. A verdade é que o problema talvez não fosse você, e sim eu. Eu era insegura, e queria uma amiga de verdade, a Alexia se parecia muito comigo, tinha os mesmos gostos, e a história de vida dela é bem parecida com a minha. Ela parecia ser a pessoa ideal para me ajudar - sua voz falhou um pouco, a medida que seus olhos ficavam vermelhos - mas ela não queria ajudar ninguém, e a única pessoa que ela parecia gostar de verdade era você, e eu tinha uma tremenda inveja disso! Mas agora não importa, ela provou ser bem diferente do que eu imaginava, ela é uma Megera! - ela sorriu irônica mas seus olhos exalavam raiva.

- Jamille não fale assim, Alexia tem um bom coração, apesar de tudo.

- Como você consegue? Ela inventou inúmeras histórias de que você era uma falsa amiga e coisas do gênero, te difamou para metade da escola, graças a ela você ficou mal vista por muito tempo, e agora, ao invés de te ajudar com o Matheus, ela simplesmente se apoderou dele, tão rapido que nem se pôde fazer nada a respeito. E você ainda diz que "ela tem bom coração" - aspas com os dedos - como você consegue? - ela perguntou incrédula.

- Ela TEM bom coração, e só quer ser feliz. Só não entendeu ainda, que não são com essas atitudes que ela vai conseguir isso.

- Ela é uma invejosa isso sim! Se não mudar logo, brevemente ficará sozinha.

Ela deu de ombros e eu mudei de assunto, conversarmos por mais alguns minutos até nos despirdimos na porta da minha casa.

Tomei um banho quente demorado e demorado e tentei refletir sobre o que eu mesma havia dito uns minutos atrás.
Alexia não é uma pessoa ruim, ou pelo menos, eu quero acreditar que não seja. Me pergunto se ela não se cansa desse mundo de mentira e superficialidades que tem sido a sua vida.

(...)

Uma insônia com lembranças boas e ruins da Alexia pode resultar em um péssimo dia. Infelizmente eu não tenho tanto domínio da minha mente quanto eu queria então não posso evitar de pensar em certas coisas e isso é um tanto frustante.

Acordei atrasada e mentalmente desgastada, recebi uma ligação da minha tia dizendo que desligaria os aparelhos em menos de duas semanas a não ser que o quadro do meu primo apresente alguma melhora, esqueci que teria uma provável avaliação na primeira aula, apresentação oral em frente a classe na terceira aula, também não tive tempo de comer nada antes de chegar ao colégio, e para piorar meus minhas pernas e braços ardiam e doíam por tem ficado muito tempo na praia ontem debaixo do sol ignorando a existência do protetor solar.

Uma adolescente totalmente comumOnde histórias criam vida. Descubra agora