Epílogo

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Já fazem várias semanas que o ano letivo recomeçou.

Essa é a primeira vez que nos vemos em meses.

Muita coisa mudou, meu melhor amigo decidiu cursar fotografia, o que eu devo admitir que me impressionou bastante, Alexia decidiu fazer um intercâmbio no Canadá, (irônico né) sinto que ela deve estar adorarando, enquanto eu escolhi começar a cursar psicologia, mesmo ainda sentindo que posso desistir a qualquer hora.

"Uma borboleta azul!"

Disse e rapidamente comecei a correr atrás dela, Matt atrás de mim.

Não é difícil de entender que eu amo borboletas. Este é o serzinho mais incrível pra mim.

A persegui até onde consegui, depois ela voou ao alto que eu não pude mais alcançá-la.

-Elas são maravilhosas, não é? - digo para o meu melhor amigo, que sorri revirando os olhos.

- Você diz isso toda vez que vê uma, o que eu posso tolerar, mas você sabe que nunca vai conseguir alcançar nenhuma correndo.

Dou de ombros.

- Gosto de tê-las por perto.

-Por que tanta admiração, por um inseto que nasceu tão feio? - ele indaga e eu demoro alguns segundos para formular uma resposta.

"Lá vai ela com as psicose dela - sub"

- A um tempo atrás, costumava pensar que queria ser como uma borboleta, queria poder me trancar no meu quarto por uns anos, com toda essa turbulência dentro de mim, e esperar pacientemente ela passar. Achava que depois disso, já teria adquirido, sei lá, uma habilidade mágica que ajudaria a resolver todos os meus problemas sozinha.

"Mas depois de tudo que aconteceu, acho que entendi que é necessário dar as caras no mundo as vezes, para aprender a viver.
Não tem como evitar os erros, ou as pessoas, ou a si mesmo.
Aos poucos  aprendemos a cair e levantar, rir e se decepcionar, amar e perdoar.
As Borboletas são o lembrete de como eu gostaria de poder evitar os meus problemas. Acho que elas são um símbolo do amadurecimento. Mostram como somos capazes de evoluir, e nos transformar completamente.
Por exemplo, pessoas que me conheceram a alguns anos, ou até meses atrás, já não sabem mais quem eu sou, e aqueles que estavam do meu lado nesse tempo, mudaram comigo, e talvez nem tenham notado, porque o nosso crescimento é constante e lento.

-A vida é uma longa metamorfose, e não fazemos ideia do que podemos nos tornar. - Concluo.

Uma adolescente totalmente comumOnde histórias criam vida. Descubra agora