2 - Na escuridão da noite

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As sombras projetadas pelos prédios ocultavam sua presença.

Pé ante pé, ela procurava manter o controle e a concentração enquanto avançava pela superfície estreita do muro, não perdendo seu alvo de vista. O vento zumbia e gemia, e a umidade gelada da noite queimava o seu rosto.

Mais um pouco. Mais um pouco. Mais...

De súbito, uma irregularidade no muro a fez pisar em falso, desequilibrando-a. Com agilidade, Katerine se agachou, agarrando-se às laterais do muro para evitar a queda. Seu coração batia alucinadamente no peito.

Uma coruja rasgou o céu acima de sua cabeça, piando alto.

Ofegante, ela olhou para cima. Preto e cobalto tingiam a noite, apagando qualquer rastro das estrelas. Aguardou mais alguns segundos, recobrando o fôlego e checando a arma presa ao coldre. O alvo não havia se movimentado.

Katerine se ergueu com cuidado, prosseguindo com a travessia.

O homem tomava forma em sua vista. Usava os uniformes escuros da Corporação e mexia no celular, emitindo o sinal interceptado que a trouxera até ali. A criptografia era complexa de ser quebrada, mas sua equipe de rastreio era boa. Não tão boa quanto...

O vento sibilou forte, soprando os cabelos em seu rosto. Embora estivesse frio, o suor e a tensão causavam choques em seu corpo.

Katerine se aproximou, quase se demorando propositalmente no andar, e quando não podia mais esperar, fechou os olhos, repassou o plano e se preparou para o passo seguinte.

Vamos lá.

Entre uma batida de coração e outra, ela saltou atrás do soldado, surpreendendo-o. Ele se virou com velocidade; Katerine sacou a arma, apontando em sua direção.

— Não se mova. Coloque sua arma no chão.

O homem emitiu um sorrisinho presunçoso; gelo faiscava em seu olhar quando ele fez o que ela pediu. Katerine chutou a arma dele para longe, mantendo a sua em punho.

— O que posso fazer para uma belezinha como você? — Ele riu; não havia sinais de receio em sua postura.

— Quero a localização da base de Nemo e da Corporação Ellk.

— E eu quero acordar em uma ilha paradisíaca, com sete garotas à minha disposição. Você pode estar entre elas.

Os tornozelos de Katerine vibravam como fios de alta tensão, mas ela não cedeu. Avançou, quase encostando a arma na cabeça dele.

— A Corporação sequestrou cinco crianças. Eu quero essas crianças de volta, custe o que custar.

Ele ergueu as mãos, simulando uma rendição. A noite rugia sobre eles. Os olhos do soldado desviaram do olhar perscrutador de Katerine, buscando um ponto no chão. Secura queimava os lábios dela.

Sonara (Livro 3 - Saga Ellk) | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora