3 - Uma revolução durante a noite (Parte II)

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 A ala principal da base da Resiliência era um espaço amplo, com uma mesa circular e metálica em seu centro, sem cadeiras. Câmeras internas rodeavam o espaço, e uma parede era preenchida com quadros de anotações e escalas de vigias, enquanto outra parede trazia um grande monitor, ligado a um computador.

Katerine desceu o zíper da jaqueta; o ambiente estava quente, ou talvez sua ansiedade houvesse elevado a temperatura do corpo. Girou nos calcanhares, procurando por Gabriela.

Ao entorno da mesa, Mônica com sua esposa Flávia, Edgar, Raquel e Márcio discutiam sobre os resultados daquela noite. Sabia que, no laboratório do segundo andar, William e Tamara, com o auxílio do Doutor Vitti, estudavam o medicamento, para descobrir qual era a peça-chave que faltava para a cura estar completa. Ramon provavelmente estava de plantão no hospital, na cidade. Ele aparecia poucas vezes na base, apenas para ver Gabriela ou trazer alguma informação que pudesse ajudá-los. Sua prioridade era seus pacientes, que sofriam com a crise interna do país e a falta de abastecimento de remédios.

Já Alessandra e Cíntia deveriam estar nos dormitórios, cuidando de Gustavo e de outras duas crianças, filhos de um casal que saíra em missão naquela noite e ainda não voltara. Katerine engoliu em seco. Cada vez mais, menos deles voltavam.

Suspirou; depois do ataque e da emboscada que custara as vidas de Regina, Elder e Simone, mais o rapto das cinco crianças, sua família fora levada até a base da Resiliência por questões de segurança, com o auxílio das coordenadas e frequências que Eric deixara para Mônica antes de ser assassinado pelos Bartelochi a mando da Corporação. Com exceção de Mônica, Flávia e Tamara, que ajudavam nas missões e pesquisas, os pais das demais crianças raptadas ficaram sob a proteção do Olho de Hórus.

— Ei, vocês viram a Gabi? — Katerine perguntou para o grupo em volta da mesa, mas ninguém lhe ouviu.

Mônica discutia com Edgar, e Raquel se contrapunha com os dois. A cada dia as divergências entre os membros da Resiliência se acentuavam; uma mistura da pressão que o estado caótico do país gerava sobre todos, assomada com o fato de que eles não conseguiam desferir nenhum golpe crítico contra a Corporação.

— A Brigada da Quarentena apareceu! Não dava para fazer mais nada! — Mônica rebateu; sua face negra se convertia em feições furiosas. — Se eles nos pegassem, Katerine seria capturada. O vahliru ainda está nela!

— Sabe quando vamos conseguir interceptar outro sinal?! — Edgar devolveu, agitando os braços. — Está cada vez mais difícil! Nunca localizaremos a base da Corporação, nem Nemo!

Katerine enrolou os dedos nos cabelos presos, trocando um olhar com Flávia. Desde que chegara ali, havia notado uma falta de organização e união no grupo; um ponto fraco da ausência da liderança.

Sonara (Livro 3 - Saga Ellk) | DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora