One Love - Philippe Coutinho [COMPLETA]

Especial part. 4

- Que bom que chegou, Nora. - Mauro, o médico disse. - Vamos, entre.

Entrei dentro do quarto e vi Couto acordado. Corri até ele e o abracei.

- Meu amor. - chorei abraçada a ele.

Seus braços não me rodiaram, ele não retribui o abraço.

- Nora. - Mauro me chamou.

- Oi. O que está havendo com ele? - o olhar de Philippe era um olhar perdido.

- Philippe perdeu totalmente a memória.

Fiquei estática.

- Papa? - Duny chega perto do leito de Couto e pega em sua mão. Meu marido acompanhava todos os movimentos dela sem entender.

- Vem até aqui, Nora. - O médico me arrastou até o fundo do quarto. - Philippe não se lembra nem como fala. Ele voltou no 0.

- Mas ele pode se recuperar né? - perguntei.

- Sim, claro! Ele é como uma criança, vai aprender tudo no seu devido tempo. Claro que daremos uma acelerada, mas vai demorar até que ele diga a sua primeira palavra.

- Tem possibilidade de ele recuperar a memória?

- Tem, mas acho quase um milagre isso acontecer.

Encerramos a conversa ali. As meninas ficaram durante todo o tempo com o pai.

***

Meus dias depois que o Philippe acordou se resumia em cuidar das meninas e do menino.

Ele recebeu alta no dia seguinte em que ele tinha acordado. Ele estranhava tudo em casa.

As fisioterapias estavam ajudando muito ele com os movimentos. Ele já estava até andando. As meninas ensinavam a ele as musiquinhas que aprendiam na escola.

Já era noite e eu estava colocando as meninas para dormir. Fui até meu quarto e coloquei Philippe na cama.

Deitei ao seu lado. Philippe me olhou, me olhou de um jeito diferente, do jeito que ele me olhava antes.

Me aproximei receosa e deixei um selinho em seus lábios. Ele se encolheu e adormeceu.

No outro dia acordei bem cedo e fui até a empresa.

- Bom dia, senhora. - Joy, minha secretaria me comprimentou assim que eu cheguei em meu escritório. - Tenho uma péssima notícia.

- Diga.

- A filial no Canadá pegou fogo. Precisam de você lá.

Respirei fundo.

- Resolva tudo para a viagem. Eu vou voltar para casa para fazer a mala e contratar alguém para ficar com as crianças.

Ela concordou com tudo.

Voltei para cara e fiz tudo o que eu tinha que fazer.

- A on-de va-i? - Philippe pergunta e eu quase chorei ao ve-lo pronunciar uma frase inteira.

- Vou viajar, meu amor. Precisam de mim no Canadá. - Expliquei e dei um beijo em sua bochecha.

Sai de casa indo direito para o aeroporto.