É sempre uma constante busca por inovação
Pois é claro,
Ninguém gosta de foder e cair na rotina,
Pois então fechem as cortinas
E fumem toda a nicotina,
Apreciem a perversão.Uma linha tênue,
Sagrada, profana.
Mas siga-me, veja pelas paredes,
A arte sacra, cigana,
Indígena, africana.As paredes estão manchadas
Pelos nossos vizinhos,
Sangue e gozo profanam o altar,
Éramos harmônicos,
Assim como o orégano e o cominho.Uma dupla penetração,
Alma e corpo,
Água, fogo.Viestes da espuma Vênus
Mas não confundo,
Não és a Vênus das Peles,
Mas a pele de Vênus.Peço perdão, não.
Peço licença ao profanar-lhe
Vamos, grite
Queimem a sabatina.Eu era um sacerdote,
Ajoelhado sobre o teu altar,
Ministrando cada pedaço do seu corpo,
Um dedo aqui
Outro alí...
Permeando até mesmo as fendas de luz das tuas coxas.Amarrada, você gritava
Gemia, adorava...
Você urrava, tremia a sacristia,
Teu orgasmo era sagrado
E por isso eu saberia que haveria milagres,
Você gritava, como se fosse a conquista do Olimpo
Afrodite, Eros, Lolita.
Santíssima Imaculada.
Maria...Uma dor, um prazer.
A dor queimando cada zona erógena,
Chicoteava,
Chupava,
Dominava,
Eu via o Orum a cada metida,
Mas quando gozava
Perdia-me nos confins do paraíso,
Puta merda.
Fodiamos com o sol na cara,
Na sala,
Fachada,
Garam Masala.Marcus Aguiar
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Delírios de um morto poeta
PoetryAqui jás as memórias póstumas de um boêmio! Marcus Aguiar, prazer, um pseudocrônista, um poeta vadio, um contista genérico sem papas a língua. Retrato-lhes meus podres amores, minha medíocre existência, uma imitação de Bukowski e Dostoiévski, meu...