Capitulo X : Érotique

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É sempre uma constante busca por inovação
Pois é claro,
Ninguém gosta de foder e cair na rotina,
Pois então fechem as cortinas
E fumem toda a nicotina,
Apreciem a perversão.

Uma linha tênue,
Sagrada, profana.
Mas siga-me, veja pelas paredes,
A arte sacra, cigana,
Indígena, africana.

As paredes estão manchadas
Pelos nossos vizinhos,
Sangue e gozo profanam o altar,
Éramos harmônicos,
Assim como o orégano e o cominho.

Uma dupla penetração,
Alma e corpo,
Água, fogo.

Viestes da espuma Vênus
Mas não confundo,
Não és a Vênus das Peles,
Mas a pele de Vênus.

Peço perdão, não.
Peço licença ao profanar-lhe
Vamos, grite
Queimem a sabatina.

Eu era um sacerdote,
Ajoelhado sobre o teu altar,
Ministrando cada pedaço do seu corpo,
Um dedo aqui
Outro alí...
Permeando até mesmo as fendas de luz das tuas coxas.

Amarrada, você gritava
Gemia, adorava...
Você urrava, tremia a sacristia,
Teu orgasmo era sagrado
E por isso eu saberia que haveria milagres,
Você gritava, como se fosse a conquista do Olimpo
Afrodite, Eros, Lolita.
Santíssima Imaculada.
Maria...

Uma dor, um prazer.
A dor queimando cada zona erógena,
Chicoteava,
Chupava,
Dominava,
Eu via o Orum a cada metida,
Mas quando gozava
Perdia-me nos confins do paraíso,
Puta merda.
Fodiamos com o sol na cara,
Na sala,
Fachada,
Garam Masala.

Marcus Aguiar

Delírios de um morto poetaOnde histórias criam vida. Descubra agora