Capítulo 38

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Eduardo On

Iria passar a noite na casa do meus pais com a minha esposa que está grávida

Porém aconteceram tantas coisas que não deu tempo nem de conversar com eles

Do quarto eu estava ouvindo a discussão de Alice e meu pai

Milena estava dormindo que nem pedra, nada acordava ela mas ainda bem porque sei que ela ficaria preocupada

Após ouvir duas portas serem batidas com a brutalidade imensa, resolvi descer e conversar com meu pai

Bati três vezes na porta e na quarta uma voz baixa mandou eu entrar, obedeci

Meu pai estava sentado numa poltrona olhando a lareira que estava nos últimos pedaços de madeira, que nem chegavam a esquentar mais, com seu whisky na mão e de costas para a porta

Me aproximei e sentei na poltrona que tinha no seu lado

— Voce escutou tudo né? – disse acabando com o silêncio

— Tinha como não escutar? – ele só respirou – por que quer tira-la daqui?

— Não é da sua conta mais, Eduardo

— É sim, é minha irmã e vocês são minha familia – ele levou seu copo a boca e deu um gole

— A casa já está vendida. Não tem mais volta – falou calmamente sem esboçar reações

— Ela mora comigo, simples – ele gargalhou

— Onde? Naquela casa que os pais da Milena deram pra vocês? Não cabem nem vocês dois lá, meu filho

Respirei fundo para não mandar ele para algum lugar inadequado

— Nós iremos nos mudar para Boston – ele me olhou espantado – não é um belo jeito de dizer mas você será avó, parabéns – disse friamente

—Me desculpa meu filho, não queria ter dito isso – dessa vez ele disse olhando para mim – e parabéns, você será um excelente pai – apenas sorri

— Deixa ela ficar comigo, por favor, o que você quer que ela faça? Você não quer repetir o mesmo erro de alguns anos atrás né? – senti sua feição ficar rígida

— Você ainda não esqueceu isso? Naquela época eu só pensava em dinheiro e veja como estou hoje, tendo que me mudar por falta dele – encostou sua cabeça nas costas da poltrona

Meu pai era um homem rígido mas de bom coração

Anos atrás não largava a oportunidade de ganhar um bom dinheiro, mesmo que pra isso ele tivesse que obrigar o filho a casar com alguém

Depois de todos esses anos, meu pai ficou bem mais tranquilo até o dia do meu casamento, onde ele demonstrou tremenda preocupação

— Você me trouxe pra cá pelo mesmo motivo que quer leva-la daqui – disse me levantando – deixa sua filha ser feliz, pai

— E o que você quer que eu faça? – disse calmo

— Só não repita o mesmo erro

Sai do escritório batendo a porta e subindo para o quarto pensando em alguma forma de proteger minha irmã das mãos do meu pai.

Acho que já tenho uma ideia pra isso...

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