Capítulo 47

237 21 15
                                    

Isaac On

A manhã seguinte foi a mais pura adrenalina, estava na correria pois hoje seria o melhor dia da minha vida e com toda certeza não deixaria que um senhor maluco acabesse com isso

Terminei de me arrumar, peguei a chave do carro e já estava saindo para buscar Alice lá em Paris, como eu ainda não sabia.

Desci as escadas para tomar café, só Edu estava na mesa

— Bom dia – disse confiante

— Que bicho te mordeu? – perguntou  mordendo um pão

— Eu irei buscar a Alice e se seu pai se meter terei que bater nele – disse rindo

— Fique a vontade – disse Edu rindo e pegando seu celular no bolso – mas você poderia deixar isso comigo

— Por que? – estranhei sua vontade repentina

— É meu pai, posso conseguir convence-lo e além do mais você pode chegar atrasado para se arrumar – disse um pouco desesperado

— Promete traze-la? – o encarei

— Eu me chamo Eduardo Bittencourt, o mesmo sangue que corre nas veias da sua amada e claro que irei conseguir... – o interrompi

— Já entendi – disse rindo – então vou terminar de comprar as coisas pro meu jantar romântico

— Achei que já tivesse tudo aqui – disse mordendo uma maçã

— Minha mãe disse que era melhor fazer aquela torta de morango no dia, enfim, tchau e trás minha garota em segurança

Sai de casa fechando a porta atrás de mim, entrei no carro e coloquei uma música bem alta (música no topo do capítulo)

Enquanto a batida fazia a lataria do carro tremer um pouco, abri a janela deixando o vento invadir totalmente o ambiente

Passei no mercado e logo em seguida fui visitar meus avós.

A casa continuava a mesma, as pessoas também menos Clarinha, ela tinha crescido bastante e estava me mostrando seus passos de balé

— Juiubinha – disse ela me chamando

— Uau, você conseguiu falar quase certo – sorri sentado no chão

— Sim, a moça que cura línguas tem me ensinado – disse sorrindo

— Ela não cura línguas, tampinha – disse rindo – ela te ajuda a pronunciar as coisas certinhas

— Intendi – disse ela fazendo uma cara pensativa

— É "entendi" – sorri ao vê-la fazendo caretas repetindo várias vezes a palavra – o que é isso?

— É pra ela decorar – disse minha avó se aproximando – a doutora disse que isso ajudaria, já que ela vivia esquecendo as palavras

— Ela cresceu, né vó? – disse vendo Clara rodopiando com sua saia de balé

— Sim, meu neto – sorriu se sentando no sofá – breve serão os seus

— As vezes imagino como eles serão mas depois fico assustado por pensar em algo tão responsável

— Casamento é algo que necessita de responsabilidade, acha que não? – sorriu

— Eu sei vó, mas imagina, eu criando uma criança, aposto que ele beberia água da privada

— Igual você fazia? – a olhei espantado – era quase todo o dia, você não sabia esperar – deu uma gargalhada

— Ta decidido, irei falar com Alice sobre não termos filhos – disse rindo

— Eu quero ter bisnetos, então não ouse mocinho – disse minha avó me dando um leve tapa

Encostei a cabeça no joelho dela e a deixei fazer carinho na minha cabeça, acabei dormindo todo torto ali mas por sorte minha avó me acordou a tempo.

Voltei para casa indo direto para o banheiro tomar banho, me vesti e me encarei no espelho em cima da pia

— Vai que é tua, garoto – sorri e sai do banheiro

Meu quarto tinha sido invadido por Milena e Amanda, uma estava com o tal do suspensório nas mãos e a outra com um pente

— Senta aqui e deixa o resto com a gente – disse Amanda me forcando a sentar na cadeira

O que era pra ser rápido, durou quase uma eternidade

— Ai, ta doendo – disse enquanto Milena penteava meu cabelo

— Mas eu nem passei o pente, só encostei a mão na sua cabeça

— Mas eu pressenti que ia doer – disse rindo

— Se você ficasse parado, ia ser muito mais rápido – disse Amanda – cadê seu sapato?

— Meu tênis ta ali em baixo – apontei para a mesa do computador

— Ninguém merece tênis – disse Milena acertando o último fio de cabelo que estava perdido pro lado errado

Amanda me deu o tênis, os coloquei e levantei virando de costas pra ela, a mesma prendeu o treco que eu não sei como se chama e puxou duas partes do suspensório para frente, uma em cada lado prendendo na beirada da calça.

— É, você ta bonitinho – disse ela fazendo um mais ou menos com as mãos

Sorri me olhando para o espelho, Amanda estava atrás de mim com um vestido de bolinhas vermelhas e um rabo de cavalo bem preso no topo da cabeça

— Você ta uma gracinha, Amandinha – disse rindo por saber que ela odiava ser chamada assim

— Vamos idiota – disse me dando um tapa

Me despedi de Milena e da minha mãe. Saímos eu, Pedro e Amanda de casa.

Eu parecia o uber do casal que estava com o modo romântico ativado na parte de trás do carro.

Estacionei em frente ao salão de festa onde as paredes eram totalmente feitas de vidros, dava para ver todos dançando e bebendo seus drinks, os únicos lugares com paredes de tijolos era a cozinha e, claro, os banheiros.

Saímos do carro animados, entramos já falando com todos os conhecidos e até com alguns desconhecidos que conhecemos naquele momento.

Já estava um pouco nervoso e isso piorou quando vi a Eleonor entrando, Alice tinha que chegar logo pois ela havia deixado claro que não ficaria por muito tempo.

Caminhei até ela e a cumprimentei, a convenci de ficar um tempo a mais pois o vôo tinha atrasado mas que ela não iria se arrepender.

As horas passaram e nada de Alice chegar, minha barriga já estava gelada.

Entreguei o pen drive para o dj assim que vi Edu de longe, porém ele estava olhando para mim balançando a cabeça negativamente.

Já estava imaginando o pior mas não consegui chegar até ele pois fui cercado por todos os convidados porque o dj já tinha anunciado que naquele momento dois alunos iriam apresentar uma dança.

A luz do refletor estava direcionada para mim, no centro eu rodei já ficando envergonhado quando na última girada que dei no meio da pista, ela apareceu, acompanhada por um menino de cabelos negros vestindo um terno preto.

Eles se aproximaram, o menino sorriu para mim dizendo:

— Sua princesa está entregue – sorriu se afastando ficando do lado de uma menina cadeirante que assistia tudo assim como todos os outros alunos

Não pude deixar de sorrir quando Alice segurou minha mão, não era um sonho, era realidade

— Oi meu amor – ela disse sorrindo

Mudando DireçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora