Capítulo 28

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Alice On

Já estou agoniada de ficar nesse quarto sem saber de nada, sem ouvir nada.

Palavras não conseguem explicar a raiva que estou de Juliane mas ainda vai ter volta tudo o que ela fez hoje, estragou o momento mais feliz da vida de Isaac e eu vou estragar a cara dela

Fui me trocar, coloquei uma calça de Isaac que ao amarrar bem o cadarço da cintura dela ficava firme em meu corpo e peguei uma blusa qualquer.

Hora estava na cama, hora estava em pé, hora estava de cabeça para baixo na ponta da cama, hora estava tacando a bolinha de beisebol na parede, até Isaac adentrar pelo quarto sentando-se na cama com os olhos vermelhos

Porém ficou de costas para mim apoiando seus braços no colchão.

Naquele momento eu não sabia o que fazer, não sabia se mudava de assunto ou se não falava nada, naquele momento me senti uma mãe de primeira viagem.

Optei por me aproximar devagar, fui subindo meu dedo indicador e o médio como se estivesse andando e comecei a cantar

— A dona aranha subiu pela parede, veio a chuva forte e a derrubou – deixei minha mão cair no colchão fazendo-o rir – já passou a chuva, o sol já vem surgindo e a dona aranha continua a subir

— Isso é para me motivar a seguir em frente ou a não desistir? – se virou para mim e seu sorriso estava lá, enorme

— Bom era só porque eu não sabia o que dizer – sorri como uma criança de 5 anos, ele gargalhou

— O que eu fiz parar merecer uma namorada assim, tão encantadora? – me abraçou e destribuiu beijos em meu rosto

— Bom, é meu dom encantar outras pessoas – sorri e voltei a deitar na cama

— Ah é? – pulou em cima de mim e começou a me dar vários beijos

Seu corpo estava quente porém o seu rosto estava molhado. Seus lábios permaneciam doces, sua respiração tranquila.

Senti sua mão subindo por minha cintura, minha respiração um tanto fora de ritmo.

Passei minhas mãos em seus braços subindo até seu pescoço e logo em seguida em seus cabelos, ele sorriu e naquele instante queria que aquilo não tivesse fim, aquela paz que invadiu o lugar nos encheu.

Porém como tudo que é bom dura pouco, tia Kátia bateu na porta entrando em seguida

— Filho... – se interrompeu – des... desculpa por atrapalhar – sorriu sem graça

Isaac deitou do meu lado um pouco decepcionado, passou as mãos pelos cabelos e sorriu.

Já eu não sabia onde meter a minha cara, eu nunca sei o que fazer, eu estava com muita vergonha pra pensar em encarar um deles, resolvi olhar para o teto

— Só queria saber onde ficam as toalhas – deu uma risada

— Na parte de cima do armário do banheiro – Isaac bufou

— Ah, obrigada filho. Boa noite – disse quase fechando a porta porém antes de fecha-la por inteiro completou – usem camisinha, não quero ter netinhos – deu um risinho e fechou a porta

Eu gargalhei tanto que cheguei assustar Isaac, estava rindo de nervoso, imaginar que minha sogra estava imaginando eu e ele tento uma relação é algo medonho

— Irei mandar minha mãe pra Boston a pé só pela sacanagem de agora – revirou os olhos e me abraçou

— Ela só está preocupada, meus pais te matariam se isso acontecesse – gargalhei e ele me apertou mais rindo

Dormimos assim, juntos e tranquilamente, porém sabia que a qualquer instante teríamos que falar sobre o que ocorreu hoje, teríamos que falar sobre seus pais

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